O fundo GGR Copevi (GGRC11) liderou as perdas no Ifix, índice que acompanha o desempenho dos fundos imobiliários, nesta segunda-feira (16), registrando queda de 3,48%, com os investidores preocupados com a exposição da carteira ao risco da Americanas (AMER3).
Desde o dia 12 de janeiro, um dia após a Americanas comunicar um rombo de R$ 20 bilhões referente a inconsistências contábeis, o FII GGRC11 acumula perda de 9,39% na B3, a maior entre os portfólios com exposição ao risco da varejista.
O fundo tem a B2W, do grupo Americanas, como locatária de um galpão logístico localizado em Uberlândia (MG). O aluguel do imóvel representa, segundo a gestora da carteira, 19,5% da receita do GGCR11, fatia que deverá aumentar para 23,32%. A informação parte da Zagros Capital e data de comunicado de 12 de janeiro.
Segundo a Zagros, o imóvel é estratégico para a Americanas, já que é usado para abastecer e distribuir produtos para 12 estados brasileiros e é locado com valores abaixo da média de mercado da região. Caso necessário, a gestora alega se tratar de um Imóvel com grande possibilidade de reposicionamento para um novo locatário.
O imóvel é locado para a B2W por meio de um contrato de aluguel atípico, com vencimento em setembro de 2027.
Até o dia 12 de janeiro, a gestora informou que o aluguel estava sendo pago normalmente.
Em caso de rescisão antecipada do aluguel, o contrato de locação do GGRC11 para a B2W prevê o pagamento da totalidade dos aluguéis vincendos pelo restante do prazo do contrato, o geraria uma multa equivalente ao valor aproximado de R$ 106 milhões, informou a gestora do fundo.
Segundo a XP, a Americanas é inquilina tanto de galpões logísticos como de shoppings center. No entanto, cada fundo possui uma exposição diferente da sua receita associada ao grupo.
Veja a seguir as carteiras com maior exposição da receita ao grupo Americanas, segundo levantamento da XP.
Fontes: XP e TradeMap | ||
Fundos imobiliários mais expostos ao grupo Americanas | ||
FII | % da Americanas na receita do fundo | Variação da cota na B3 desde 12/01/2022 |
Maxi Retail (MAXR11) | 34% | -6,53% |
GGR Copevi (GGRC11) | 19,90% | -9,39% |
RBR Properties (RBRP11) | 8% | -0,94% |
RBR Log (RBRL11) | 8% | -0,15% |
VBI Logístico (LBVI11) | 7% | -3,15% |
XP Log (XPLG11) | 6,50% | -3,01% |
Bresco Logística (BRCO11) | 4% | -0,85% |
Vinci Imóveis Urbanos (VIUR11) | 0,50% | 1,61% |
Fundo Maxi Retail (MAXR11) tem a maior exposição
O fundo imobiliário Maxi Retail (MAXR11) tem, segundo a XP, a maior exposição ao risco da Americanas. O grupo responde por 34% da receita da carteira.
O fundo aluga quatro lojas para a Americanas nos municípios de Taguatinga (DF), Vitória (ES), Belém (PA) e Maceió (AL). Juntos, os espaços somam uma área de cerca de 32 mil metros quadrados dos quase 60 mil metros quadrados de ABL total do fundo, o que corresponde a aproximadamente 34% da receita do portfólio, segundo a XP.
O Maxi Retail acumula queda de 6,53% do valor da cota na Bolsa desde 12 de janeiro, quando veio à tona a notícia do problema com a Americanas.
Até o momento, nenhum fundo imobiliário reportou problema com atraso no pagamento do aluguel pela varejista.