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Exterior pesa e Ibovespa cai mais de 2%; ações de commodities metálicas são destaque de baixa

Notícias de novos lockdowns na China pressionaram o minério de ferro, que caiu 5,3%

Foto: Shutterstock

Pressionado pelo exterior, que reagiu negativamente a falas de autoridades de política monetária, o Ibovespa quebrou a sequência de cinco altas e caiu no pregão desta quarta-feira (18), com quase todas as ações em baixa.

O principal índice da B3 fechou a sessão em baixa de 2,34%, aos 106.247 pontos, com R$ 23,51 bilhões em volume negociado. Com isso, o saldo da Ibovespa no mês de maio passou para baixa de 1,51%; enquanto o balanço de 2022 segue de valorização de 1,36%.

A queda do mercado brasileiro seguiu seus pares do exterior. Em Nova York, o Nasdaq teve queda de 4,73%, o S&P 500 recuou 4,04% e o Dow Jones caiu 3,57%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou com perdas de 1,36%.

Juros, China e Ucrânia

Lá fora, as bolsas reagiram negativamente a falas do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, em evento organizado pelo jornal americano Wall Street Journal na tarde de terça-feira (17). Powell declarou que o órgão não hesitará em elevar a taxa de juros até que haja sinais claros de desaceleração da inflação.

O membro do Fed de Chicago, Charles Evans, disse ainda que a política monetária deve se tornar efetivamente restritiva e estimou que a taxa de juros deva chegar ao patamar entre 2,25% e 2,5%.

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Pesaram ainda dados da Europa, que mostraram que a alta de preços não dá sinais de desaceleração. A inflação ao consumidor na Zona do Euro veio em linha com o esperado, em 7,4%, ainda em patamares elevados, enquanto a inflação na Inglaterra passou de 7% para 9% em abril, acima do projetado por especialistas.

Ainda no Velho Continente, a Finlândia e a Suécia formalizaram o pedido para ingressar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Em contrapartida, a Rússia voltou a afirmar que irá adotar medidas de retaliação, sem dar mais detalhes.

Na China, notícias de novos lockdowns na cidade de Tianjin pesaram sobre o petróleo, com o Brent fechando em baixa de 2,52%, a US$ 109,11 por barril, enquanto o minério de ferro teve queda de 5,27% em Dalian, a US$ 117,30 por tonelada.

Assim, as ações de petroleiras, mineradoras e siderúrgicas brasileiras tiveram fortes baixas, com destaque para CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e PetroRio (PRIO3), com perdas de 5,82%, 5,69%, 4,89% e 5,05%, respectivamente.

Destaques do pregão

As maiores quedas do pregão, porém, foram de Banco Inter (BIDI11), que recuou 8,61%; Ultrapar (UGPA3), que caiu 7,71% e Dexco (DXCO3), com baixa de 6,43%.

Apesar de as ações não terem se destacado, outra notícia que tomou conta dos mercados foi o início do julgamento, pelo TCU (Tribunal de Contas da União), do processo sobre a privatização da Eletrobras. De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, fontes do governo acreditam que o órgão deve aprovar a operação.

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O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, sinalizou aos ministros da corte, em reunião ontem, que a oferta pública de ações prevista na operação deve ser protocolada na CVM e na SEC em 25 de maio, com a capitalização prevista para 9 de junho, segundo informações da Coluna do Lauro Jardim, no jornal O Globo.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, acredita que “tudo indica que a privatização da Eletrobras não irá sair tão em breve”. Segundo ele, a possibilidade de o ministro Vital do Rêgo solicitar novas demonstrações contábeis ou de ações contra a companhia ganharem corpo. No fechamento, os papéis ordinários da estatal (ELET3) tinham queda de 2,16%, enquanto os preferenciais (ELET6) perdiam 0,73%.

Na direção contrária, lideraram as altas do Ibovespa as ações de Locaweb (LWSA3), Hapvida (HAPV3) e Ecorodovias (ECOR3), com altas de 13,95%, 4,45% e 2,27%, nesta ordem.

A alta da Hapvida, que caiu quase 17% no pregão de ontem, veio depois de a companhia anunciar que irá recomprar até 9% das ações em circulação no mercado. Serão recompradas até 400 milhões de ações nos próximos 18 meses.

A ação da Ecorodovias, por sua vez, se beneficiou da notícia de que a companhia seria a única interessada no leilão do sistema Rio-Valadares, que reúne 727 quilômetros de rodovias entre o Rio de Janeiro e Governador Valadares (MG).

O Fleury (FLRY3) teve alta de 0,14%, depois de informar que fechou acordo para a criação de uma joint venture de oncologia com a Atlântica Hospitais e Participações, controlada do Bradesco (BBDC4), e a BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo). As três sócias investirão R$ 678 milhões na nova companhia e deterão participações iguais.

Fora do Ibovespa, a Alliar (AALR3) subiu 1,88% após afirmar que recebeu um aviso do MAM (Fonte de Saúde Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia), ligado ao empresário Nelson Tanure, um edital para realizar uma OPA (oferta pública de aquisição de ações).

Desde meados de abril, quando Tanure assumiu o controle da Alliar com uma participação de 63,28% por R$ 1,25 bilhão, o empresário sabia que, com a nova fatia, seria obrigado a realizar uma OPA aos minoritários nas mesmas condições pagas aos ex-controladores. Na ocasião, cada papel foi avaliado a R$ 20,71.

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