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Em meio ao avanço do Pix, aumenta desconto no aluguel das maquininhas

Relatório do UBS aponta para redução nos preços cobrados por empresas como Stone (STNE), Cielo (CIEL3) e GetNet (GETT11)

Foto: Shutterstock

Em mais uma etapa da “guerra das maquininhas”, as empresas adquirentes têm elevado os descontos no aluguel dos equipamentos e nas taxas de desconto aos lojistas ao mesmo tempo que o Pix avança, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (26) pelo UBS.

Empresas adquirentes são aquelas empresas que fazem a aceitação e liquidação das operações feitas como cartões de crédito e débito, como a Stone (STNE), Cielo (CIEL3), GetNet (GETT11) e Rede.

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As principais fontes de receita dessas empresas são o aluguel ou venda das maquininhas (POS, que é a sigla em inglês para ponto de venda), que fazem a captura das transações, e o chamado MDR (sigla em inglês para Merchant Discount Rate), uma taxa que é cobrada dos lojistas.

O relatório do UBS mostra que, na média, as adquirentes cobraram em abril R$ 216 pelas maquininhas, valor similar ao registrado em março mas 23% inferior em relação ao mesmo mês de 2021.

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“Com a falta de diferenciação de material em hardware, este mercado voltou-se para o preço de concorrência. Nós avaliamos recursos e serviços bancários de maior valor agregado que podem ser diferenciais”, explica o relatório do UBS.

O levantamento mostra ainda que os descontos estão concentrados nas maquininhas com mais recursos. Enquanto a média de preço do POS básico ficou estável em R$ 90, os valores dos equipamentos intermediário e premium foram de R$ 189 e R$ 368 em abril, respectivamente, quedas de 20% e 29% na comparação anual.

Os preços variam de acordo com as políticas de cada empresa. De acordo com levantamento do UBS, em abril a PagSeguro cobrava, em média, R$ 173 pela maquininha intermediária e R$ 404 pela considerada premium. Já considerando também os descontos especiais oferecidos a determinados clientes, os preços médios caem para, respectivamente, R$ 131 e R$ 383.

Disputa acirrada

Essa disputa por preço também chegou ao MDR. No entanto, nesse caso a redução das taxas está mais presente nas operações com débito. A taxa média do MDR do débito foi de 1,45% em abril, 0,12 ponto percentual abaixo do registrado em março e 0,02 inferior ao registrado 12 meses antes.

Já no crédito, a taxa ficou em 3,43%, queda de 0,26 ponto em relação a março, mas alta de 0,49% na comparação com abril de 2021.

Para essa taxa, as empresas também oferecem condições especiais de cada com a política de cada uma. Em abril, PagSeguro e Mercado Pago ofereciam taxa zero para novos clientes pelos primeiros 30 dias, o que contribuiu para a redução da taxa média do mercado na comparação com março.

As adquirentes fazem uso de promoções para atrair e manter novos clientes. Isso foi comum com a entrada de novos participantes, como GetNet e PagSeguro, em um mercado até o início da década de 2010 dominado por Cielo e Redecard.

No entanto, agora tanto as adquirentes novatas como as tradicionais enfrentam também a concorrência do Pix, sistema de pagamentos instantâneo lançado em novembro de 2020 pelo Banco Central (BC).

A consultoria GMattos mostrou que, em março, o Pix era aceito como meio de pagamento em 69,5% das lojas do comércio eletrônico no Brasil. Essa fatia era de 64% em janeiro e de 17% no começo de 2021.

No mesmo mês, o cartão de crédito era aceito por 98% dos varejistas online. O débito, no entanto, vem perdendo a participação. Era de 27% em março, ante 31% em janeiro e 42% em março de 2021, segundo os dados da consultoria.

O Pix é gratuito para pessoas físicas e, para as jurídicas, a cobrança de taxa varia de acordo com o banco, mas é um custo inferior ao do MDR e algumas instituições financeira isentam os clientes dessa cobrança.

Os dados da GMattos, citados no relatório do UBS, mostram que aproximadamente 80% das lojas de comércio eletrônico oferecem descontos no pagamento no Pix. Já com o débito, esse desconto é ofertado por apenas 30% delas.

Perda de espaço do débito

Essa perda de espaço do cartão de débito tem feito com que a Abecs (Associação brasileira das Empresas de Cartões e Serviços) aumente os esforços para a aceitação desse meio de pagamento no ambiente online, promovendo o maior uso nos setores de educação e saúde, por exemplo.

No último trimestre de 2021, o número de transações com Pix foi de mais de 3,2 milhões bilhões, superando pela primeira vez o número de operações com cartões.

“Continuamos a ver o PIX substituindo o uso do dinheiro e transferências eletrônicas, e uma ameaça potencial ao mercado endereçável (no segmento) de micro comerciantes”, avalia o UBS.

 

 

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