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Eletrobras (ELET3): Taxa de administração dos fundos FMP-FGTS varia de zero a 0,50%; reserva começa nesta 6ª

Há 21 carteiras criadas para participar da oferta da Eletrobras, registrados na CVM; confira as diferenças de custo

Foto: Shutterstock

(Esta matéria foi alterada às 10h26 do dia 02/06/2022 para inserir as novas taxas de administração dos fundos Safra Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras, Safra Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras – Migração, BNB Fundo Mútuo de Privatização FGTS Eletrobras e Santander Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras, que foram reduzidas de 0,50% para 0,15% no caso das carteiras do Safra, de 0,45% para 0,20%, no caso do BNB e de 0,50% para 0,20%, no caso do Santander.)

A oferta de ações que vai permitir a privatização da Eletrobras (ELET6) tem movimentado o mercado de gestoras de investimentos. Com um prazo apertado da operação, cujo início da reserva começa nesta sexta-feira (3) e vai até 8 de junho, as instituições correm para tornar os Fundos Mútuos de Privatização – FGTS Eletrobras operacionais.

Há 21 fundos dessa categoria na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) criados para participar da oferta da Eletrobras, cujas taxas de administração variam de zero a 0,50% ao ano. Veja a lista completa a seguir.

Fontes: CVM e instituições financeiras.
*Fundo da Alfa está em fase pré-operacional e instituição ainda avalia se vai seguir com o veículo.
Fundos Instituições financeiras Taxa de administração
Daycoval Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras (FMP-FGTS) Daycoval 0%
BTG Pactual Reference Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras BTG Pactual 0,20%
Caixa Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Caixa 0,20%
Caixa Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Caixa 0,20%
Genial Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Genial 0,20%
Genial Migração Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Genial 0,20%
Itaú Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Itaú Unibanco 0,20%
Itaú Migração Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Itaú Unibanco 0,20%
XP Fundo Mútuo de Privatização – FGTS (Migração) Eletrobrás XP Asset 0,20%
XP Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobrás XP Asset 0,20%
Bradesco Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Bradesco 0,40%
Bradesco Migração Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Bradesco 0,40%
Guide Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Guide Investimentos 0,40%
BNB Fundo Mútuo de Privatização FGTS Eletrobras BNB 0,20%
Alfa II- Fundo Múto de Privatização – FGTS Eletrobras – Migração* Alfa Investimentos 0,45%
BB Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Banco do Brasil 0,50%
BB Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras – Migração Banco do Brasil 0,50%
Safra Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Safra 0,15%
Safra Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras – Migração Safra 0,15%
Santander Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras – Migração Santander 0,20%
Santander Fundo Mútuo de Privatização- FGTS Eletrobras Santander 0,20%

Concorrência acirrada

Nos últimos dias, bancos e gestoras ajustaram as taxas de administração desses veículos na disputa por investidores que têm interesse em usar os recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para participar da oferta.

O Daycoval, por exemplo, lançou um Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras (FMP-FGTS) com taxa de corretagem zero. “Quisemos oferecer esse benefício para os clientes”, diz Roberto Kropp, diretor da Daycoval Asset.

Algumas instituições, como o BTG e a XP, reduziram a taxa de administração com as carteiras ainda em fase pré-operacional. 

A operação de privatização deve ser composta por uma oferta primária, em que a empresa vai emitir 627,675 milhões de ações e na qual o governo não deve subscrever, e por uma secundária, em que serão emitidas 69,801 milhões de ações, que serão vendidas pelo BNDESPar, de modo que o governo vai reduzir a participação na empresa de 72,33% para 45%.

Leia mais:
Eletrobras (ELET6): Oferta de ações pode atingir até R$ 34,6 bilhões em processo de capitalização

A precificação dos papéis é esperada para 9 de junho e poderá movimentar até R$ 30 bilhões.

Assim como ocorreu nas ofertas da Petrobras (PETR4) e da Vale (VALE3), os trabalhadores poderão usar os recursos do FGTS para participar da capitalização da Eletrobras.

Apesar do cronograma mais apertado da oferta que o da época da capitalização da Petrobras em 2010, última vez que os trabalhadores puderam usar o FGTS para participar da oferta de ações da estatal, o diretor de gestão da Guide, Carlos André Perpétuo, acredita que a operação deve atrair os investidores pessoas físicas. “Nossos assessores têm recebido muitas consultas sobre como participar da oferta”, conta.

Os trabalhadores poderão destinar até 50% do saldo de cada conta do FGTS para a compra das ações da Eletrobras na oferta, considerando as utilizações anteriores no FMP-FGTS. O investimento mínimo na reserva é de R$ 200.

Segundo o prospecto, foi garantido um investimento de pelo menos R$ 5 mil para cada investidor de varejo, que pode ser aumentado de acordo com a demanda da oferta.

O CPPI (Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos) autorizou o uso de até R$ 6 bilhões do saldo do FGTS para esse fim.

Como participar da oferta da Eletrobras

Para participar da oferta, o trabalhador deverá entrar no aplicativo do FGTS, consultar seu saldo e selecionar a instituição financeira administradora de FMP, autorizando-a a solicitar a reserva do valor para aplicação nesses fundos.

A partir do dia 3 de junho, o investidor poderá procurar a instituição financeira para fazer a reserva da oferta por meio da aplicação via fundo FMP-FGTS e informar o valor que deseja investir. Segundo o prospecto, o período de reserva será de 3 a 8 de junho.

No caso dos investidores de varejo que não vão entrar na oferta via fundos FMP-FGTS, o valor mínimo da aplicação corresponde a R$ 1 mil e o período de reserva também vai de 3 a 8 de junho.

Segundo Bruno Stuani, head de relações com investidores da Genial Gestão, não há limite de aporte por investidor desde que as reservas não ultrapassem o total de R$ 6 bilhões destinados aos fundos FMP- FGTS.

Pelas regras da oferta, nenhum investidor poderá ter uma participação acima de 10% na empresa, com o governo devendo permanecer ainda como principal acionista, mesmo tendo deixado de ser o controlador.

Investidores terão ainda a opção de migrar alocações que têm em fundos FMP criados para investir em ações da Petrobras e da Vale. Nesse caso, a migração deve ocorrer até 6 de junho, segundo o prospecto da oferta. “É importante lembrar que a única forma de entrar nesses fundos é no momento da oferta”, diz Stuani.

Vale a pena participar?

A primeira questão que o investidor tem que levar em conta antes de participar da oferta é seu perfil de risco. “O investidor tem que entender que é uma alocação em ação, que vai ter altos e baixos”, diz Leticia Camargo, planejadora financeira CFP. 

Camargo lembra que é preciso considerar essa alocação dentro da composição da carteira de investimentos, junto com a parcela destinada à renda variável. “O investidor pode usar até 50% do saldo em cada conta do FGTS, mas tem que tomar cuidado para não concentrar o risco em apenas uma ação ao entrar nesses fundos”, diz.

O ideal, segundo ela, é que essa alocação complemente a alocação diversificada em renda variável.

O segundo ponto que ao qual o investidor tem que ficar atento é a liquidez. Diferentemente de quem vai comprar diretamente a ação, o investimento via fundos FMP-FGTS só pode ser resgatado após 12 meses e os recursos voltariam para o FGTS.

O terceiro ponto diz respeito à taxa de administração. “Esses fundos não vão ter uma gestão ativa, pois investem apenas nas ações da Eletrobras, então não justifica pagar uma taxa de administração alta”, afirma Camargo.

Retorno do FGTS X Fundos FMP

Os fundos FMP-FGTS acumulavam um patrimônio de R$ 6,9 bilhões em abril, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Esses fundos têm se beneficiado da alta das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3), que sobem 8,07% e 14,69% em 2022, respectivamente.

No caso da Eletrobras, analistas preveem um potencial de valorização de até 53% para 12 meses, considerando o preço atual, se as condições de mercado não piorarem.

Desde 2017, a rentabilidade do FGTS é calculada com base na variação da TR (Taxa Referencial) acrescida de 3% ao ano, além da parcela do resultado do fundo distribuída aos trabalhadores detentores de saldo em 31 de dezembro de cada ano. Em 2021, a rentabilidade do fundo que investe os recursos do FGTS (FI-FGTS) foi de 7,09%.

Por volta das 15h20, o papel ordinário da Eletrobras (ELET3) avançava 1,52%, cotado a R$ 42,78, enquanto o preferencial (ELET6) subia 1,25%, a R$ 42,15. As ações vêm subindo neste ano, acumulando alta da ordem de 30%.

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