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Dólar sobe frente ao real e Bolsa cai por aumento da preocupação com cenário político

Preocupação com nomeação da equipe econômica e com aumento de gastos do governo em 2023 elevam aversão a risco no mercado local

Foto: Shutterstock/Dilok Klaisataporn

A preocupação com a ampliação dos gastos públicos no ano que vem e a dúvida sobre quem será nomeado para a equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contribuíram para elevar a aversão no mercado local e ajudaram a intensificar a queda da Bolsa e alta das taxas de juros e do dólar, que sobe ante o real embora caia em relação a outras moedas.

Por volta das 16h30, o dólar comercial subia 1,85% no mercado brasileiro, para R$ 5,1770. Lá fora, a moeda americana recuava frente às principais divisas. Já o Ibovespa caía 2,06%, para 115.716 pontos.

A incerteza sobre a composição da equipe econômica do próximo governo tem aumentado a cautela dos investidores.

As declarações do ex-ministro do Banco Central no governo Lula, Henrique Meirelles, à Jovem Pan nesta segunda-feira (7), negando ser um possível candidato ao cargo de ministro da Fazenda, aumentaram a preocupação com quem vai cuidar da economia no próximo governo.

Meirelles, que participou da campanha de Lula, é visto como um perfil mais pró-mercado. Já a escolha de um ministro com perfil mais político, como Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, não agrada muito os investidores, afirma um gestor de fundo de investimento.

Por enquanto, o governo do PT definiu apenas os participantes da equipe de transição de governo, que está sendo comandada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).

Mesmo sem a equipe econômica formalizada, o governo eleito deve divulgar amanhã a chamada PEC da Transição. O objetivo da proposta é alterar a Constituição para garantir que em 2023 a União possa gastar mais do que o permitido por lei.

Isso porque já se espera que as despesas públicas no ano que vem quebrem a regra do teto de gastos – que limita o aumento dos gastos do governo à inflação.

A equipe de Lula discute uma “waiver” (licença para gastar) que pode chegar a R$ 200 bilhões para bancar gastos como o pagamento de R$ 600 mensais para o Auxílio Brasil.

Segundo a Ativa, um “waiver” de R$ 200 bilhões geraria um salto na dívida bruta do governo geral de 81,9% para 83,4% do PIB.

Como a mudança exigiria alteração na Constituição, Lula precisa negociar com partidos de centro para aprovação. Isso porque as PECs demandam apoio de 60% dos deputados e de 60% dos senadores para passarem pelo Congresso.

“Avaliamos que a estratégia dominante nessa situação seria a aprovação de uma PEC ainda esse ano, visto que, ainda que exija grande maioria, seria feita, em parte, por congressistas em retirada, mais alinhados com a ideologia de esquerda, e de muito interesse para os congressistas que permanecerão no parlamento”, aponta a Ativa Investimentos em relatório.

Incerteza fiscal pressiona juros

A incerteza sobre qual será a nova âncora fiscal no próximo governo e qual o tamanho do gasto adicional contribuem para pressionar para cima as taxas de juros no mercado local

No mercado futuro de juros, as taxas dos contratos de DI (Depósito Interfinanceiro) subiam acompanhando o movimento das taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto.

A taxa do título do Tesouro prefixado para 2025 subia de 11,72% para 11,88%. Já a taxa do papel prefixado para 2033 avançava de 11,82% para 11,98%.

Já entre os papéis Tesouro IPCA+, cujo retorno é composto por uma taxa prefixada mais a variação do IPCA, a taxa do título para 2026 subia de 5,37% para 5,49%. Já a taxa do título para 2035 avançava de 5,74% para 5,82%.

É importante lembrar quando as taxas sobem os preços dos títulos emitidos com taxas mais altas caem e os papéis se desvalorizam, mas o investidor só realiza essa perda se vender o título antes do prazo de vencimento.

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