Day after da ata do Fed, Covid na China e PEC – veja o que importa hoje

Investidores acompanham ainda a ata do Banco Central Europeu e a divulgação do IBC-Br

Foto: Shutterstock

O que acontecerá com os juros americanos daqui para a frente, em um ambiente em que os mercados já precificaram que haverá uma recessão na economia global? Nesta quarta-feira (6), foi divulgada a ata da última reunião do Fomc, comitê de política monetária do Federal Reserve, que trouxe um tom bastante duro contra a inflação (em outras palavras, mais favorável a um aumento de juros, mesmo que o crescimento pague a conta).

Mas o fato é que o documento não foi muito levado a sério pelo mercado, por uma razão simples: a decisão foi tomada há três semanas, e de lá para cá muita coisa aconteceu: foram divulgados dados que já indicam uma atividade econômica mais fraca nos Estados Unidos e os preços das commodities tombaram. Nesse cenário, os investidores se perguntam se o Fomc adotaria um tom tão duro contra a inflação se a decisão fosse hoje.

Nesse contexto, os mercados já precificaram que a economia vai tombar lá na frente e que, portanto, os juros no final do atual ciclo de aperto poderão ser mais baixos. Os investidores também acompanharão hoje, às 8h30, a ata da última reunião do Banco Central Europeu, que sinalizou que irá elevar os juros na Zona do Euro.

“Muita coisa mudou ao longo das últimas semanas, com uma ampla gama de preços de commodities caindo com força, enquanto aumenta o medo de uma redução mais significativa no crescimento da economia global”, afirmou Paul Ashworth, economista-chefe para Estados Unidos da consultoria Capital Economics, em relatório.

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Se a expectativa é de recessão para a maior economia do mundo, as notícias também não são boas para a segunda maior, a China. Cinco semanas após suspender um rigoroso lockdown, a cidade de Xangai voltou a impor restrições para evitar o aumento dos casos de Covid-19.

Os índices futuros americanos operam no azul nesta manhã. Por volta das 7h40, o Dow Jones subia 0,36%, o S&P 500 estava em alta de 0,27% e o Nasdaq ganhava 0,31%.

No mesmo horário, o EuroStoxx 50 operava em alta de 1,50%.

Por que isso importa? 

Juros mais altos nos EUA retiram a atratividade de ações ou de papeis de países emergentes, como o Brasil. Em meio à maior inflação em quatro décadas, o mercado teme que o Federal Reserve seja obrigado a elevar os juros de forma agressiva, contratando uma recessão da economia. 

PEC dos Benefícios

Nesta quinta-feira, os investidores acompanham a votação da PEC dos Benefícios na Câmara. A proposta de emenda à constituição eleva o Auxílio Brasil, cria um auxílio a caminhoneiros e eleva o vale gás, em medidas que furarão o teto de gastos (que limita o aumento de despesas à inflação) em mais de R$ 40 bilhões.

O texto foi aprovado no Senado na semana passada e será votado na comissão especial e talvez também no plenário da Câmara nesta quinta.

Apesar dos benefícios em tese serem temporários, com validade somente até dezembro, é muito difícil que sejam retirados no ano que vem, seja qual for o novo presidente da República em 2023 – é por isso que essa discussão vem fazendo preço no mercado.

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Por que isso importa? 

Quando o risco de descontrole das contas públicas de um país se eleva, investidores passam a pedir taxas de juros maiores lá na frente para comprar seus títulos públicos – ou, de forma mais simples, para emprestar dinheiro ao governo. Isso tende a reduzir o valor das ações de empresas negociadas em Bolsa e a desvalorizar o real. 

Por aqui, outro número que será olhado é o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de abril. O Banco Central voltará a informar as divulgações suspensas por causa da greve dos servidores por reajuste salarial, que foi encerrada nesta semana.

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