Em um dia de commodities e Bolsas estrangeiras em alta, o Ibovespa fechou o pregão desta sexta-feira (9) com valorização de 2,17%, aos 112.300 pontos, com R$ 20,37 bilhões em volume negociado.
Com isso, o índice encerrou a semana com avanço de 1,3%. O saldo acumulado desde o início de setembro é de 2,54%, enquanto os ganhos de 2022 somam 7,13%.
O dia também foi positivo no exterior. Em Nova York, o S&P 500 teve alta de 1,53%, o Dow Jones subiu 1,19% e o Nasdaq avançou 2,11%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou com ganhos de 1,64%.
O sentimento positivo do mercado segue a percepção de que a ação agressiva dos bancos centrais ao redor do mundo, em especial do Banco
Central Europeu e do Federal Reserve, começa a agir contra a inflação e uma possível recessão. Investidores também avaliam se o aperto monetário já estaria precificado.
Nos EUA, os investidores ainda digerem a fala do presidente do banco central americano, Jerome Powell, que reiterou que a instituição está determinada em controlar a inflação e afirmou que seguirá subindo a taxa básica de juros americana até que isso se concretize.
Na Europa, o BCE subiu a taxa de juros em 0,75 p.p (ponto percentual) e aumentou sua projeção de inflação para 8,1% em 2022. A autoridade monetária europeia afirmou também que a inflação está bem acima da meta e deverá permanecer alta por um longo período.
Inflação no Brasil ajuda empresas domésticas…
No Brasil, a queda do preço dos combustíveis levou o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a recuar em agosto pelo segundo mês seguido. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice caiu 0,36% em agosto na comparação com julho, quando apresentou queda mensal de 0,68%.
O resultado, segundo dados compilados pelo Banco Central, veio praticamente em linha com a queda de 0,35% esperada pelo mercado. No acumulado de 2022, o IPCA registra alta de 4,39% e, nos últimos 12 meses, de 8,73%.
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Para Cássio Bambirra, sócio da One Investimentos, esses dados de deflação beneficiam os setores ligados aos juros, principalmente o imobiliário. No fechamento, a maior alta do Ibovespa era de Americanas (AMER3), de 9,31%. Merecem destaque também Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), com avanços de 7,58% e 7,35%, respectivamente.
“Vemos os juros futuros em queda mais uma vez. Estamos vivendo um cenário mais favorável quando pensamos em empresas domésticas e locais”, diz Bambirra.
…e inflação na China impulsiona commodities
Do outro lado do planeta, a inflação ao consumidor (CPI) da China ficou em 2,5% em agosto, abaixo dos 2,7% registrados em julho. Com isso, crescem as expectativas de que a China tenha mais espaço para estímulos econômicos.
Nesse contexto, o minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian teve alta de 3,74%, a US$ 104,16 por tonelada, enquanto o petróleo Brent fechou em alta de 4,14%, a US$ 92,84 por barril.
Assim, depois da ação da Americanas, os papéis que mais subiram foram CSN (CSNA3) e Vale (VALE3), com valorizações de 8,87% e 7,81%, nesta ordem.
Fora do Ibovespa, a Eletromidia (ELMD3) disparou 4,56% após comunicar ao mercado que venceu uma licitação feita pela prefeitura de Salvador para a instalação de diversos produtos na cidade.
Outra small cap que disparou foi a Ouro Fino (OFSA3), com alta de 9,45%. A companhia, que atua no ramo de saúde animal, comunicou que o grupo japonês Mitsui comprou as fatias que o BNDESPar e o fundo Opportunity tinham na empresa. Com isso, a empresa terá 29% do capital social da Ouro Fino. Desses 29%, 17,2% pertenciam ao BNDES e 12,2% ao Opportunity.
As maiores baixas
Na outra ponta, as maiores baixas do Ibovespa foram de BRF (BRFS3), Minerva (BEEF3) e Assaí (ASAI3), com recuos de 2,49%, 1,52% e 1,31%, nesta ordem.
Os frigoríficos também figuraram entre as maiores baixas da véspera após dados abaixo do esperado sobre importação de carne da China em agosto, apesar de recordes para o mês.
Criptomoedas
Depois de semanas andando de lado, o mercado cripto voltou a disparar nesta sexta-feira com os investidores “ignorando” o tom mais duro para a alta dos juros americanos no curto prazo e já especulando o corte das taxas a partir de 2023.
O movimento deu novo gás ao Bitcoin (BTC), que rompeu a barreira de US$ 21 mil após diversas sessões seguidas encontrando dificuldade para superar a faixa de US$ 20 mil.
Por volta das 16h55, o BTC registrava avanço de 9,8%, negociado a US$ 21.261, segundo dados da Binance disponíveis na plataforma TradeMap.
Com o desempenho dessa sexta, a maior cripto do mercado soma valorização de 6,5% na semana, a mais significativa desde o final de julho.
O Ethereum (ETH) acompanha o movimento de alta e é negociado acima de US$ 1,7 mil. Na mesma hora, a segunda maior cripto do mercado tinha avanço de 4,8%, vendida a US$ 1.719.