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Com avanço de Petrobras (PETR4), Ibovespa tem maior alta do ano e retoma os 110 mil pontos

Índice fechou o pregão em alta de 2,1%, aos 110.203 pontos

Foto: Reprodução Facebook

O Ibovespa se descolou do exterior e registrou sua maior alta do ano, voltando para a casa dos 110 mil pontos, impulsionado pelas ações da Petrobras (PETR4) e dos grandes bancos.

O principal índice da bolsa de valores brasileira fechou o pregão em alta de 2,1%, aos 110.203 pontos, com R$ 25,12 bilhões em volume negociado. No ano até aqui, o saldo é de alta de 5,13%.

O funcionamento da Bolsa de valores ocorreu apesar do feriado pelo aniversário da cidade de São Paulo, comemorado nesta terça (25). Em novembro de 2020, a B3 já havia informado que, a partir deste ano, passaria a seguir o funcionamento das principais bolsas de valores do mundo, que interrompem o pregão apenas em feriados nacionais.

A principal responsável por puxar a alta do Ibovespa foi a Petrobras, que registrou ganhos de 3,26%, como reflexo do aumento nos preços do petróleo, influenciados por tensões na Europa oriental, com o conflito entre Rússia e Ucrânia, e no Oriente Médio. O Brent fechou o dia em alta de 2,24%, a US$ 88,20.

Na segunda-feira, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, conversou com líderes europeus sobre a possibilidade de enviar quadros e equipamentos militares à região, enquanto a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou que países membros estão em alerta e enviando forças para a Europa oriental.

No Oriente Médio, uma nova tentativa de ataque de rebeldes do Iêmen a Abu Dhabi reascendeu a tensão.

Os bancos também ajudaram a sustentar o Ibovespa, em meio ao anúncio de emissão de bonds do Itaú Unibanco na Suíça. Itaú (ITUB4) teve alta de 3,61%, Bradesco (BBDC4), de 3,99%; Santander (SANB11), de 6,25%; e Banco do Brasil (BBAS3), de 2,58%.

Cautela dita o tom no exterior, ruídos políticos seguem no radar doméstico

Lá fora, as bolsas seguiram a direção contrária e fecharam no vermelho. Em Nova York, o Nasdaq teve baixa de 2,28%, o S&P 500 caiu 1,22% e o Dow Jones perdeu 0,19%. Na Europa, porém, o índice Euro Stoxx 50 teve avanço de 0,59%.

A tensão no exterior é causada principalmente pela espera pela decisão do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA), que iniciou sua reunião de dois dias nesta terça-feira. Ainda que nenhuma alta de juros seja esperada para esta reunião, a expectativa é de mais sinais de uma política monetária mais rígida, o que vem fazendo preço nos mercados.

Por aqui, o mercado segue digerindo a sanção do Orçamento de 2022 pelo presidente Jair Bolsonaro. Os pontos mais polêmicos foram vetos de R$ 3,1 bilhões em investimentos e a destinação de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral e de R$ 16,5 bilhões para emendas do relator.

Outro fator doméstico que segue no radar é a PEC dos Combustíveis, que vem sendo debatida pelo governo. A pressão dos governadores para não perder receita deve dificultar a viabilidade política do projeto, de acordo com analistas da XP Investimentos, em comentários ao mercado.

Em dados econômicos, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) caiu 1,4 ponto em janeiro, para 74,1 pontos (o menor valor desde abril de 2021, quando estava em 72,5 pontos), depois de ter avançado 0,6 ponto em dezembro. Na comparação com o mesmo período de 2021, a queda foi um pouco maior, de 1,8 ponto.

Ainda na frente econômica, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrou, em relatório publicado nesta terça-feira (25), que vê a economia brasileira praticamente estagnada em 2022. De acordo com a nova projeção da instituição para o PIB do Brasil, haverá uma ligeira expansão de 0,3% neste ano.

Isso significa que o FMI está mais pessimista com o Brasil. A previsão anterior, divulgada em outubro, era de crescimento de 1,5%, que já havia sido uma revisão para baixo em relação à estimativa publicada em julho, de 2,6%.

De acordo com o FMI, a projeção para o Brasil foi revisada principalmente por causa da aceleração da inflação e do aumento da taxa de juros para combater a alta dos preços, que afetam a demanda doméstica.

Altas e baixas

No fechamento, as maiores altas do Ibovespa eram de Qualicorp (QUAL3), Locaweb (LWSA3) e Cielo (CIEL3), com avanços de 7,52%, 6,44% e 6,34%, respectivamente. Na ponta oposta, as quedas foram lideradas por Suzano (SUZB3), CSN (CSNA3) e Alpargatas (ALPA4), que caíram 2,59%, 2,04% e 1,6%.

A Yduqs (YDUQ3) fechou em alta de 6,02%, depois de ocupar o posto de maior avanço do Ibovespa ao longo do dia, devido à expectativa do mercado em relação à captação de alunos que ocorre no início do ano para as companhias do setor, segundo Renan Sujii, estrategista de investimentos da consultoria RIMS3 Capital.

No território negativo, as principais quedas foram das exportadoras, que refletiram a baixa do dólar. A moeda americana fechou o dia com recuo de 1,24%, a R$ 5,4352.

Além das exportadoras, as principais quedas são de empresas voltadas à economia doméstica e mais sensíveis a taxas de juros, como a Alpargatas.

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