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Com alta da taxa Selic, fundos de renda fixa têm captação recorde em 2021; confira os retornos da indústria

Em meio ao desempenho fraco da Bolsa, fundos de ações tiveram a menor captação desde 2016

A alta da taxa Selic, que está em 9,25% ao ano e deve atingir dois dígitos neste ano, e o patamar elevado da inflação turbinaram os ganhos dos fundos de renda fixa, que lideraram os aportes de recursos da indústria em 2021. A categoria fechou o período com captação líquida recorde de R$ 215,3 bilhões após três anos de saques líquidos, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Os fundos “renda fixa alta duração soberano” tiveram os maiores ganhos da categoria e a segunda melhor performance da indústria de fundos em 2021, com retorno médio de 11,80%, contra 4,39% do CDI.

Esses produtos investem em papéis do Tesouro com vencimentos acima de dois anos, com prazo médio igual ou superior ao índice IMA-Geral (que segue uma carteira teórica ponderada e reflete o desempenho de todos os títulos públicos).

Os aportes nos fundos de renda fixa ajudaram a impulsionar a captação da indústria de fundos, que fechou 2021 com saldo líquido positivo recorde de R$ 368,9 bilhões.

Com o desempenho fraco do Ibovespa em 2021, que caiu 12%, muitos investidores migraram os recursos alocados em renda variável para renda fixa, o que levou os fundos de ações a registrarem a menor captação líquida desde 2016, com R$ 201,7 milhões.

Fonte: Anbima
Classe de fundos Captação líquida – R$ milhões
Renda Fixa 215.248
Multimercados 59.593
Previdência 13.010
ETF 9.100
Cambial 824,5
Ações 201,7

Fundos de ações FMP-FGTS lideram ganhos em 2021

Os fundos de ações FMP-FGTS, que não estão mais abertos para investimento, lideraram os retornos em 2021, com ganho médio de 12,52%.

Durante o processo de privatização da Petrobras e da Vale do Rio Doce, trabalhadores vinculados ao Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) tiveram a oportunidade de garantir ações dessas empresas. Os Fundos Mútuos de Privatização (FMP) são justamente os veículos desses investimentos.

Em 2021, os papéis da Vale (VALE3) tiveram alta de 4,9% enquanto as ações da Petrobras (PETR3) subiram 6,4%.

Apenas duas categorias de fundos de ações encerraram 2021 com retorno positivo: a de fundos de ações FMP-FGTS e de fundos mono ação, que investem em um único papel.

Confira o desempenho de algumas categorias de fundos no ano passado por retorno e patrimônio líquido (PL).

Fonte: Anbima
Categoria Retorno em 2021 – Em %
Renda Fixa
Maior alta: Renda Fixa Duração Alta Grau de Investimento 11,80
Menor retorno: Renda Fixa Indexados 1,65
Maior P/L: Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento 4,84
Ações
Maior alta: Ações FMP-FGTS 12,52
Menor retorno: Ações Setoriais -21,23
Maior P/L: Ações Livre -10,7
Multimercados
Maior alta: Estratégia Específica 9,82
Menor retorno: Long and Short Direcional -2,6
Maior P/L: Investimento no Exterior 5,66
Previdência 
Maior alta: Renda Fixa Duração Baixa Crédito Livre 5,01
Menor retorno: Ações Ativo -13,96
Maior P/L: Renda Fixa Duração Livre Grau de Investimento 3,08

Entre as maiores perdas de 2021, os fundos de ações setoriais tiveram a pior performance da indústria, acumulando perda de 21,23%.

Dentro da categoria de ações, os fundos de ações livres — em que o gestor tem a liberdade de escolher os papéis em que deposita maior convicção e que possuem o maior patrimônio da categoria, com R$ 247,7 bilhões — perderam, em média, um pouco menos que o Ibovespa, com recuo de 10,7% em 2021.

Entre os fundos multimercados, a categoria que teve melhor desempenho foi a dos produtos que investem em estratégias específicas, com ganho de 9,82%.

Os multimercados fecharam 2021 com aporte líquido de R$ 59,6 bilhões, o menor patamar desde 2018.

Com um retorno abaixo do CDI, com retorno médio de 3,66% em 2021, os multimercados macro lideraram os saques na categoria, registrando saída líquida de R$ 21,3 bilhões.

Já os fundos multimercados “investimentos no exterior” lideraram os aportes na categoria, registrando entrada líquida de R$ 78,2 bilhões. Com as bolsas americanas com sucessivos recordes de alta em 2021, acumulando valorização de mais de 20% no ano passado, muito investidores buscaram essas carteiras para diversificar o risco Brasil.

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