Com ajuda da Petrobras (PETR4), Ibovespa muda de sinal e fecha em alta de 0,81%

Depois de passar a maior parte do dia no negativo, pressionado pelas commodities e pelas Bolsas do exterior, o Ibovespa passou a operar no positivo perto do fim do pregão, ajudado pelas ações da Petrobras (PETR4; PETR3), que têm forte peso no índice.

Assim, o Ibovespa encerrou a sessão em alta de 0,81%, aos 110.405 pontos, com R$ 22,77 bilhões em volume negociado. Desde o início do ano, o índice acumula valorização de 5,33%.

As Bolsas do exterior também se recuperaram ao fim do pregão. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,3% e o Dow Jones ganhou 0,46%, enquanto o Nasdaq teve baixa de 0,26%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou em baixa de 1,72%.

Juros nos EUA, Covid-19 na China

Como de praxe, os mercados globais foram pressionados por temores de políticas monetárias mais restritas e de uma consequente desaceleração econômica.

Nesta quarta-feira (31), a presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que ainda é cedo para dizer que a inflação dos Estados Unidos atingiu seu pico, e que a instituição tem mais trabalho pela frente para controlar os preços, devendo elevar os juros até 4%.

Amanhã, será divulgado o payroll dos Estados Unidos de agosto, dado que mostrará a criação de vagas e a taxa de desemprego da maior economia do mundo. A informação deve calibrar as apostas para a próxima reunião do Fed que, por enquanto, são de um novo aumento de 0,75 p.p (ponto percentual).

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Do outro lado do mundo, a China continua registrando dados econômicos negativos. O PMI Industrial de Caixin, divulgado nesta quinta-feira (1), apresentou contração para 49,5 em agosto, de 50,4 em julho.

Além disso, autoridades sanitárias chinesas decidiram colocar a cidade de Chengdu, de 21 milhões de habitantes, em lockdown a partir da noite de hoje, o que pesou sobre os preços das commodities.

O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 1,17%, para US$ 97,99 por tonelada, enquanto o petróleo tipo Brent recuou 3,43%, a US$ 92,36 por barril.

Petrobras impulsiona o Ibovespa

Apesar da baixa do petróleo, as ações da Petrobras subiram, ajudando a colocar o Ibovespa em patamar positivo. No fechamento, os papéis preferenciais da petrolífera (PETR4) tinham alta de 1,87%, enquanto os ordinários (PETR3) avançavam 1,8%.

Mais cedo, a estatal anunciou uma redução de 7% no preço da gasolina vendida para as distribuidoras, que passará de R$ 3,53 para R$ 3,28, uma baixa de R$ 0,25 por litro. A última redução, de 5%, havia sido feita no dia 15 de agosto.

“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, explicou a Petrobras, em comunicado.

Outro ponto que jogou a favor da performance do Ibovespa nesta quinta foi o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, divulgado de manhã. O indicador avançou 1,2% no segundo trimestre, em relação ao período entre janeiro e março deste ano, acima do esperado pelo mercado.

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No semestre, a economia brasileira cresceu 2,5%, uma atividade 3% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019.

Outros destaques do pregão

Ainda que a Petrobras tenha ficado no foco, suas ações não foram as que mais subiram no pregão. No fechamento, as maiores altas do Ibovespa eram de MRV (MRVE3), Cyrela (CYRE3) e Banco Pan (BPAN4), com avanços de 7,6%, 6,92% e 5,45%, respectivamente

As construtoras foram impulsionadas por uma nota da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), que afirma que o setor registrou alta de 2,7% no segundo trimestre e elevou suas projeções de crescimento do setor para este ano em 3,5%.

“Os resultados da construção vêm em linha com o que já demonstravam outras sondagens feitas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O nível de atividade continua se expandindo, o que tem refletido positivamente no mercado de trabalho, conforme os dados do Caged e da Pnad vem demonstrando”, afirmou a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.

Na ponta oposta, os papéis que mais caíram foram os de IRB (IRBR3), Pão de Açúcar (PCAR3) e Embraer (EMBR3), com recuos de 14,63%, 5,26% e 2,49%, nesta ordem.

O ressegurador precificará nesta quinta-feira a sua oferta de ações, em busca de R$ 1,2 bilhão para cumprir as exigências regulatórias. De acordo com a empresa, serão distribuídas, inicialmente, pouco mais de 597 milhões de novas ações, mas esse volume pode triplicar se a companhia julgar oportuno.

Em comunicado, o IRB destacou que este será o valor limite do aumento de capital. Ou seja, a empresa pode até vender mais ações, mas somente se na somatória o valor arrecadado respeitar o teto de R$ 1,2 bilhão. Portanto, na prática, a empresa está se preparando para a possibilidade de as ações serem vendidas a menos de R$ 1,00.

Criptomoedas

O Bitcoin (BTC) voltou a ameaçar perder a faixa dos US$ 19 mil neste início de setembro, diante da extensão do mau humor dos investidores com os ativos de risco.

O mercado está à espera de dados do mercado de trabalho americano que serão divulgados nesta sexta-feira e que podem dar mais sinais se os juros precisarão subir de forma acelerada.

Por volta das 16h55h, o BTC registrava leve alta de 0,35%, negociado a US$ 20.048, conforme dados da Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap.

As altcoins também operavam sem direção definida, enquanto o Ethreum (ETH) registrava alta de 1,9%, vendido a US$ 1.576, segundo dados da Binance, com a expectativa do mercado pela atualização da rede, confirmada para o dia 15 de setembro.