Cielo (CIEL3) lidera quedas do Ibovespa após perder clientes no 4º trimestre

A ação da Cielo (CIEL3) liderava as baixas do Ibovespa nesta sexta-feira (27) com uma queda de 3,40%, cotada a R$ 5,11, por volta das 11h30. O papel, vale ressaltar, teve a maior alta do índice em 2022, com um avanço acumulado de 140,2%.

Ontem, a companhia divulgou seu balanço financeiro e operacional do quarto trimestre de 2022. Apesar do crescimento de 63% no lucro líquido, quando comparado ao mesmo período em 2021, a Cielo registrou uma queda de 12,45% na base ativa de clientes.

O analista do BB-BI, o banco de investimentos do Banco do Brasil, Luan Calimério destacou em relatório publicado hoje que outro ponto negativo foi a redução da representatividade dos produtos de prazo em relação aos volumes transacionados.

O número de clientes ativos era algo que o mercado enxergava com bons olhos na empresa, já que a Cielo conseguiu driblar o cenário de juros altos mantendo sua base.

Em entrevista à Agência TradeMap em dezembro do ano passado, o analista do BB-BI destacou que a perfomance positiva do papel da companhia em 2022 foi reflexo de um operacional positivo, ancorado exatamente na manutenção da base de clientes, que recuou no quarto trimestre.

“A Cielo conseguiu controlar seus custos e vender produtos de prazos mais longos, que trazem uma rentabilidade boa. Além disso, reprecificou contratos com grandes clientes, sem perder ninguém relevante. Na prática, aumentou rentabilidade sem perder participação no mercado”, comentou Calimério no final do ano passado sobre a performance da companhia até o terceiro trimestre.

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De outubro a dezembro, o lucro líquido da Cielo atingiu R$ 490 milhões, muito próximo da projeção mais otimista feita pelo mercado, do Santander, que estimava lucro líquido recorrente de R$ 504 milhões. Superou também estimativas feitas pelo BTG Pactual e pela Genial Investimentos, de R$ 360 milhões e R$ 463 milhões, respectivamente.

A Genial, inclusive, destacou em relatório publicado mais cedo, que viu com preocupação a desaceleração de volumes no trimestre, para um “crescimento de apenas 11%”, diante dos demais períodos do ano, cuja faixa de alta foi de 20% a 35%.