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Captalys fecha fundo Orion para aplicação após pedidos de saques e perdas em setembro

Fundo que investe em crédito privado registrou perda de 4,6% em setembro, o pior resultado desde 2009

Foto: Shutterstock

A gestora Captalys informou, na segunda-feira (3), o fechamento para novas aplicações no fundo Captalys Orion FIC Multimercado Crédito Privado, que vem passando por questionamentos no mercado após apresentar aumento dos pedidos de saques e retorno negativo em setembro.

O fundo, voltado para investidores profissionais (com mais de R$ 10 milhões em investimentos) contava com patrimônio de R$ 1,4 bilhão em 30 de setembro. O valor representa uma perda de R$ 270 milhões só no mês passado. A maior parte, mais de R$ 190 milhões, ocorreu devido a pedidos de resgates realizados em março, que foram pagos em 30 de setembro, e a perda com investimentos da carteira.

O prazo de pagamentos de resgate para saques acima de 1% do patrimônio do fundo é de 180 dias, por isso, os pedidos realizados em março foram pagos só em setembro.

Segundo a gestora, o fundo foi fechado apenas para novas aplicações e não afeta os pedidos de resgate. Por investir em ativos de menor liquidez, o fundo permite pedidos de saque quatro vezes ao ano -no final de março, junho, setembro e dezembro.

Em 30 de setembro, os pedidos de resgate chagaram a 75% do patrimônio do fundo, segundo informou um cotista do portfólio.

O fundo tem uma política que estabelece que, quando há pedidos de resgate acima de 20% do patrimônio, ocorrerá rateio proporcional do valor a ser pago entre os cotistas. O excedente será automaticamente processado na janela seguinte de solicitações.

Em setembro, o Orion registrou uma perda de 4,6% em setembro, o pior resultado desde novembro de 2009, e acumula alta de 3,86% no ano, o equivalente a 43% do CDI em função da marcação a mercado do investimento em alguns FIDCs. O objetivo do portfólio informado pela gestora era de entregar um retorno de CDI mais 6% ao ano.

O fundo investe principalmente em ativos de crédito privado como cotas de fundos de recebíveis do mercado imobiliário, do agronegócio e crédito ao consumo (FIDC- Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).

A gestora, que tinha R$ 14 bilhões sob gestão em agosto, chegou a protocolar o prospecto para a realização de abertura de capital na Bolsa, com a intenção de levantar entre R$ 750 milhões e R$ 1 bilhão, mas desistiu do IPO em março deste ano em meio ao ambiente mais difícil para realização de oferta de ações.

Procurada, a Captalys informou que não vai comentar o assunto.

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