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BTG Pactual (BPAC11) desafia tendências do setor com lucro recorde; entenda

Apesar de queda, receita de banco de investimentos ficou acima das expectativas

Foto: Divulgação

Depois de a XP Investimentos (XPBR31) apresentar resultados abaixo dos previstos pelo mercado e gerar expectativa de resultados negativos para corretoras, o BTG Pactual (BPAC11) surpreendeu os investidores ao registrar lucro líquido ajustado recorde no primeiro trimestre de 2022, de R$ 2,1 bilhões – alta de 72% em relação ao mesmo período do ano passado.

O número superou em 23,5% a projeção de analistas do Itaú BBA e do UBS-BB, que projetavam lucro de R$ 1,7 bilhão.

Além do resultado da XP – que levantou dúvidas sobre a capacidade de o BTG entregar crescimento em um trimestre marcado por desaceleração no mercado de capitais -, resultados de bancos como o Santander (SANB11) levantaram outra preocupação: o aumento da inadimplência.

O resultado do banco, porém, contrariou as tendências estabelecidas por outras instituições financeiras. Além do lucro, o BTG bateu recorde de receita, de R$ 4,4 bilhões, 56% acima do anotado no mesmo trimestre de 2021.

Os destaques do balanço, de acordo com a equipe de analistas do UBS-BB, em relatório distribuído nesta segunda, foram os negócios de sales and trading e de crédito.

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Banco de investimentos

O ponto baixo dos resultados do BTG foram justamente as operações de banco de investimentos.

O UBS, no entanto, ressalta que apesar de a receita deste segmento ter caído 27,4% na comparação anual, para R$ 350,9 milhões, impactada pela desaceleração do mercado de capitais, ficou 36,2% acima do esperado pelo UBS-BB, que estimava R$ 224 milhões.

Apesar de uma atividade mais fraca no mercado de emissão de dívida e no mercado de capitais, os números se beneficiaram do resultado mais forte no segmento de fusões e aquisições, disse a gestão do banco durante a teleconferência de resultados, na manhã desta segunda-feira (9).

Olhando para frente, o BTG Pactual diz ver perspectivas otimistas tanto para o mercado de emissão de dívidas quanto para fusões e aquisições: “Estamos confiantes de que, assim que tivermos um pouco mais de atividade, vamos nos beneficiar disso”, disse Roberto Sallouti, CEO do banco.

Crédito

O trimestre foi de receitas recordes e crescimento de portfólio no segmento de crédito – outro setor que era olhado de perto, em busca de sinais de inadimplência. A receita do setor foi de R$ 816,6 milhões, alta de 47,2% contra o mesmo trimestre de 2021.

Nesta linha de negócios, o banco destaca o fato de ter sido capaz de expandir o portfólio sem perder qualidade. “Continuamos crescendo consistentemente o portfólio e, ao mesmo tempo, mantemos o mesmo nível de spread, a mesma qualidade de portfólio e provisões adequadas”, disse a gestão durante a teleconferência.

Sales & Trading

O grande destaque do trimestre, porém, foi a linha de sales and trading, que se beneficiou de um aumento na base de clientes combinado com uma volatilidade mais acentuada no mercado. O aumento na volatilidade e no número de clientes levou a um aumento no volume de negociações, diz o banco.

As receitas do segmento foram de R$ 1,481 bilhão, alta de 82,6% na comparação anual.

Gestão de ativos e de fortunas

Em gestão de ativos, houve crescimento consistente de receita, seguindo a tendência dos últimos trimestres. As receitas foram de R$ 313,1 milhões, aumento de 18,35% em relação ao primeiro trimestre de 2021. O que contribuiu para esse resultado, segundo o banco, foram a captação sólida e as crescentes taxas de administração.

O total de ativos sob gestão e administração (AuM e AuA) atingiu R$ 585,7 bilhões, aumento de 30,2% em relação ao primeiro trimestre de 2021, beneficiado pelo sólido nível de captação e pela valorização dos preços dos ativos.

Já no segmento de gestão de fortunas, o resultado positivo foi “consequência do crescimento consistente das plataformas de investimento e de private banking”. Aqui, o BTG menciona também a consolidação da Empiricus como fator que ajudou o resultado.

A receita de R$ 570,4 milhões ficou 93,5% acima do primeiro trimestre de 2021. A fortuna sob gestão (WuM), por sua vez, alcançou R$ 458,1 bilhões, expansão de 44,3%.

Ações

Com o resultado positivo, e seguindo os analistas do UBS-BB, que esperavam que os números fossem um gatilho positivo para a ação, o papel do BTG Pactual subia 3,7% por volta das 13h30 desta segunda-feira, a R$ 22,72.

Mesmo reconhecendo a força dos resultados, o UBS-BB reiterou sua classificação neutra para a ação, por acreditar que as incertezas do cenário macroeconômico devam limitar uma alta significativa da ação. O preço-alvo dos analistas do UBS-BB é de R$ 31, o que corresponde a alta de 41,5% em relação ao valor do fechamento da última sexta-feira (6), de R$ 21,90.

De uma maneira geral, porém, o mercado parece mais otimista do que os analistas do UBS-BB. De acordo com dados da Refinitiv disponíveis no TradeMap, de oito instituições financeiras consultadas, sete recomendam a compra da ação, enquanto apenas uma tem classificação neutra. A mediana de preços-alvo dos analistas é de R$ 34 – potencial de alta de 55,2%.

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