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brMalls (BRML3) cai após retomar negociações e petróleo derruba empresas do setor

Ibovespa cai pelo segundo dia seguido em meio à queda do preço do petróleo

O Iguatemi Porto Alegre é um dos shoppings que podem entrar no negócio da brMalls com a Ancar. Foto: divulgação

A ação da brMalls (BRML3) figura entre as maiores quedas do pregão nesta terça-feira (8), um dia depois de circular na imprensa a notícia de que a empresa retomou negociações para comprar a fatia da Ancar em alguns shoppings, em troca de participação acionária.

Por volta das 13h30, o papel da companhia era negociado em queda de 2,81% e pressionava também o Ibovespa, que operava em queda de 0,40%, depois de ter fechado em queda de 0,22% na segunda-feira (7).

Segundo apuração do site Pipeline, do Valor Econômico, a brMalls tem interesse em comprar a participação da Ancar em cinco ou seis shoppings. Para absorver os ativos, a brMalls ofereceria ações em troca.

As unidades que despertam maior interesse são o Iguatemi Porto Alegre; Conjunto Nacional, em Brasília; e Nova América, no Rio. Também estão no radar o Botafogo Praia, no Rio; o Pantanal Shopping, em Cuiabá; e o Centervale, em São José dos Campos.

Segundo uma fonte disse ao Pipeline, o negócio seria de cerca de R$ 2,5 bilhões. Se o negócio for realizado via participação acionária na brMalls, os donos da Ancar — Ivanhoé (do fundo canadense CDPQ) e a família Carvalho — poderiam chegar a ter uma fatia de 25%, na cotação atual.

As negociações foram retomadas após a Aliansce Sonae tentar uma fusão com a brMalls. O interesse foi demontrado no fim do ano passado e uma proposta de R$ 7 bilhões chegou a ser feita. A brMalls, porém, recusou o acordo. A Aliansce Sonae, contudo, disse em janeiro que não havia desistido.

No fim do mês passado, um dos principais acionistas da Aliansce Sonae, o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), também acionista da brMalls, aumentou a sua participação na segunda para 5,76%.

Quem segue a fila das maiores quedas do dia e puxa o Ibovespa para baixo são as companhias petroleiras. 3R Petroleum (RRRP3) recuava 3,14% e Petrobras (PETR4) caía 1,93%.

Para Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest, as empresas sofrem no dia pela queda no preço do barril de petróleo tipo Brendt, que caiu mais de 2% desde segunda e é negociado por US$ 89,41.

Segundo relatório da XP, a queda no preço é acompanhada pela retomada das negociações nucleares entre o Ocidente e o Irã, que podem levar à remoção das sanções de vendas de petróleo iranianas.

“Embora a negociação possa aumentar a oferta global, as negociações se arrastam por mais de um ano desde que o presidente Joe Biden assumiu o cargo, e conseguir que ambos os lados assinem um acordo será difícil”, afirma a corretora.

Investidores cautelosos

A agenda desta semana também chama atenção dos investidores. Para Friedrich, o mercado está cauteloso com o início da temporada de balanços no país e também com os indicativos de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.

Às 9h da quarta (9), o IBGE divulga o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro. Às 10h30 da quinta-feira (10), a Secretária de Estatísticas dos EUA (BLS) informa o CPI (índice de preços ao consumidor) de janeiro.

Nesta terça foi divulgada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que na semana passada elevou a taxa básica de juros em 1,5 ponto percentual, a 10,75% ao ano, e indicou redução do ritmo de aumentos dos juros.

O documento mostrou preocupação do BC com um número de IPCA elevado, e sinalizou que o mais indicado para este momento é que a taxa básica de juros continue avançando em um patamar “significativamente” contracionista.

Friedrich, da Renova, acredita que o mercado já precificava a ata, mas se surpreendeu com a sinalização de que o BC irá elevar a taxa Selic em 1 p.p já na próxima reunião, que irá acontecer em março.

“Eu acreditava que teria uma subida na faixa dos 0,25 p.p. Acho um aumento (para 1 ponto) drástico, porém, é preciso fazer isso pelo problema fiscal que a ata sinalizou e a possível inflação maior que o esperado. Faz sentido elevar a taxa, para chegar no patamar de 12,25 no final do ano”, afirma o analista.

Maiores altas

Dentre as altas, quem lidera a fila é a Mafrig (MRFG3), que subia 4,70%. Os frigoríficos como um todo apresentam bons resultados no dia.

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

Outra alta significativa do dia fica por conta do Banco Pan (BPAN4), que reportou seus resultados do quarto trimestre de 2021. O Pan subia 3,45%, com cada papel negociado a R$ 9,48.

O banco paulista registrou aumento de 11% no lucro nos últimos meses de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 190 milhões.

A carteira de crédito da instituição foi um dos destaques do resultado, e terminou o ano passado com saldo de R$ 34,9 bilhões, aumento de 21% em relação ao encerramento de 2020.

Bolsas globais

Os mercados pelo mundo não seguem uma direção única nesta terça. Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street operam em alta. Dow Jones subia 0,57%, S&P 500 tinha avanço de 0,41% e o Nasdaq Composto apontava em 0,63% para cima.

Além dos dados de inflação no país, os investidores continuam a acompanhar balanços de empresas. Os destaques do dia ficam por conta de Pfizer e Lyft, empresa de transporte dos EUA.

Na Europa, os mercados reagem de forma negativa com as falas da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que discursou no Parlamento e reafirmou que a instituição está aberta a encerrar as compras de ativos e aumentar as taxas de juros antes do final do ano.

As bolsas do Velho Continente caíam nesta terça. O Euro Stoxx 50 caía 10% e o FTSE 100, de Londres, recuava 0,15%. A única exceção é o DAX, da Alemanha, que subia 0,09%.

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