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Brasil lidera ranking de juros reais e tem 2ª maior taxa básica do mundo

Apesar da manutenção da Selic em 13,75%, Brasil continua no topo do ranking dos juros reais, com uma taxa real de 8,22%, segundo a Infinity Asset

Foto: Shutterstock

Apesar da manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o Brasil continua no topo do ranking dos juros reais entre as principais economias do mundo. Após descontada a inflação, a taxa brasileira é de 8,22%, maior inclusive que a da Argentina, segundo levantamento da Infinity Asset.

O país vizinho elevou recentemente a taxa básica de juros para 75% ao ano – o que o coloca na primeira posição do ranking de maiores taxas em termos nominais. No entanto, como a inflação por lá é mais alta que a daqui, o juro real argentino está em 2,01%, bem abaixo do brasileiro.

Os dados da Infinity consideram a taxa básica de juros de 40 países, incluindo os da zona do euro. Para o cálculo dos juros reais do Brasil, foi considerada a inflação projetada para os próximos 12 meses, de 4,99%, no último Boletim Focus, e a taxa do contrato de DI dos próximos 12 meses com vencimento em setembro de 2023.

O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a aumentar os juros no pós-pandemia – o que ajuda a explicar parte da disparidade entre as taxas e a inflação. Também é um dos motivos pelos quais o País, junto com com Polônia e República Checa, é um dos primeiros a interromper a elevação dos juros atualmente.

Veja o ranking de taxa de juros nominais compilada pela Infinity:

Na quarta-feira (21), o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano. Desde março do ano passado, o BC elevou a Selic em 11,75 pontos percentuais, no maior choque de juros desde 1999, quando, em meio à crise cambial, o Banco Central aumentou a taxa básica em 20 pontos percentuais em uma única reunião.

Segundo a Infinity Asset, o movimento global de políticas de aperto monetário – o termo usado pelo mercado pra se referir a altas de juros e outras medidas que restringem a circulação de dinheiro na economia – continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de bancos centrais sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities.

Dentre os 167 países do levantamento, 50,9% mantiveram os juros, 44,91% elevaram e 4,19% cortaram a taxa básica segundo a Infinity. No ranking, entre 40 países na tabela acima, 17,50% mantiveram as taxas, enquanto 77,50% elevaram e 5,00% cortaram.

Após a interrupção do ciclo de alta de juros  no Brasil, o mercado prevê a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano pelo menos até o fim do primeiro semestre de 2023, com o Banco Central devendo voltar a cortar os juros só na segunda metade do ano que vem.

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