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Bradesco (BBDC4) é banco com maior dívida com Americanas (AMER3); FII HGLG11 tem o maior crédito

Bancos têm R$ 23,8 bilhões de dívidas listadas na lista de credores da Americanas (AMER3); Bradesco aparece com o maior banco credor

Foto: Shutterstock/thiago bacelar

A dívida da Americanas (AMER3) com os bancos soma R$ 23,8 bilhões, segundo a lista de credores informada pela empresa no processo de recuperação judicial.

O banco com maior exposição à varejista é o Bradesco (BBDC4), com uma dívida de R$ 4,8 bilhões, considerando o valor em reais de uma dívida de US$ 55,4 milhões mais um crédito de R$ 4,5 bilhões.

O segundo banco com maior exposição é o Santander (SANB11), com um crédito de R$ 3,6 bilhões. Na semana passada, o ex-CEO da Americanas, Sérgio Rial, renunciou ao posto no conselho de administração do banco para evitar conflito de interesse, uma vez que estava prestando consultoria na mediação das negociações com os credores da empresa.

O BTG Pactual (BPAC11) tem uma dívida de R$ 3,5 bilhões com a Americanas. Ontem, a Americanas conseguiu uma liminar para reverter a decisão que autorizou o bloqueio de R$ 1,2 bilhão da varejista pelo banco.

O BTG ainda conta com uma exposição de R$ 21 mil relativas a serviços prestados pela corretora.

Já o Itaú Unibanco (ITUB4) tem uma exposição de R$ 2,8 bilhões, considerando o valor em reais da dívida em dólar de US$ 6,7 milhões mais um crédito em reais de R$ 2,7 bilhões.

O banco ainda tem um crédito de R$ 1 milhão extraconcursal, ou seja, que não entra no processo de recuperação judicial, a receber da Americanas.

Veja abaixo a lista dos bancos com exposição à Americanas.

lista bancos credores Americanas

Bancos estrangeiros têm operações de hedge com a empresa

Os bancos americanos como Bank of America, Goldman Sachs e JP Morgan são citados na lista de credores da Americanas por possuírem operações de derivativos referentes a contratos de hedge que a Americanas tinha com eles.

Goldman Sachs e Bank of America chegaram a entrar na Justiça pedindo a reversão da medida que impedia a antecipação de dívidas da empresa, concedida em 13 de janeiro. Os bancos pediam para poderem promover a liquidação e a compensação de transações de derivativos e as respectivas garantias referente a essas posições.

No caso do Deutsche Bank, apesar de o banco aparecer como credor de R$ 5,2 bilhões, relativo a uma dívida de US$ 1 bilhão, a instituição não tem exposição à varejista e o crédito se refere a duas emissões de títulos de dívida no exterior da Americanas (bonds) de US$ 500 milhões cada, em que o banco é o agente fiduciário.

No caso do BNDES, além da exposição direta de R$ 276 milhões, o banco informou ontem que cobrou a execução de fianças bancárias prestadas pelo banco que garantiam dois empréstimos da Americanas com outras instituições financeiras e somavam R$ 2,4 bilhões.

Segundo o banco, após essa execução, o banco não teria mais exposição à varejista.

No caso do banco BV, a instituição afirmou, por meio de nota, que o crédito de R$ 3,2 bilhões que está na lista de credores da Americanas referente à instituição financeira “não reflete a sua real exposição”.

Segundo o banco, em 11 de janeiro, o banco BV era credor de CCBs (Cédulas de Crédito Bancário) devidas pela Americanas com saldo devedor de aproximadamente R$ 206 milhões. O banco informou que as CCBs foram  integralmente liquidadas. Essa compensação, segundo o banco, vem sendo objeto de disputa judicial pela Americanas.

O banco BV já informou os valores dos créditos de sua titularidade via notificação extrajudicial à Americanas e vai reiterar a informação, nos autos do processo de recuperação, requerendo a imediata correção dos valores.

O diretor executivo do Banco Daycoval, Carlito Dayan, informou na semana passada, em um post no Linkedin, que o valor líquido de impostos da dívida com a Americanas é menos de 4% do patrimônio de referência do banco, e que esse crédito já tinha sido provisionado em mais de 50% no balanço do ano passado.

Segundo Dayan, mesmo assim o Daycoval deve mostrar resultado recorde e uma rentabilidade acima de 25%. “Sejamos claros: se não fosse evento o resultado seria melhor, e fica sim um gosto amargo na boca”, disse.

Além dos bancos credores, a empresa ainda tem uma dívida de R$ 4,99 bilhões referente a emissões de debêntures e R$ 6,680 bilhões relativa a duas emissões de bonds no exterior: uma de US$ 500 milhões, emitida pela B2W Digital, que vence em 2030, e outra emissão também de US$ 500 milhões, emitida pela JSM Global, que vence em 2030.

Fundos imobiliários têm R$ 7,8 milhões em dívida com a Americanas

Além dos bancos, alguns fundos imobiliários (FIIs) que têm o grupo Americanas como locatário foram listados na lista de credores da companhia com uma dúvida que soma R$ 7,8 milhões.

O fundo com maior exposição é o CSHG Logística (HGLG11), com  um crédito a receber de R$ 5,4 milhões.

Em agosto de 2022,  o fundo informou que a B2W – do grupo Americanas – desocuparia o imóvel que alugava em Betim (MG). O contrato previa uma multa de R$ 10 milhões em caso de rescisão antecipada.

Veja a lista dos FIIs na lista de credores da Americanas.

lista de fundos imobiliários com dívida com a Americanas

Dos seis fundos listados na lista de credores da Americanas, só quatro eram listados em Bolsa: o Vida Nova (FUVN11), Max Retail (MARX11), XP Log (XPLG11), além do HGLG11.

O fundo imobiliário Maxi Retail (MAXR11) tem, segundo a XP, a maior exposição ao risco da Americanas, segundo levantamento da XP Research. O grupo responde por 34% da receita da carteira.

O fundo aluga quatro lojas para a Americanas nos municípios de Taguatinga (DF), Vitória (ES), Belém (PA) e Maceió (AL). Juntos, os espaços somam uma área de cerca de 32 mil metros quadrados dos quase 60 mil metros quadrados de ABL total do fundo, o que corresponde a aproximadamente 34% da receita do portfólio, segundo a XP.

Ao todo, a Americanas listou um total de R$ 41,2 bilhões em dívida, sendo $ 41 bilhões de créditos quirografários (sem garantia), R$ 109,5 milhões de débito com micro e pequenas empresas; R$ 64,8 milhões de créditos trabalhistas. Ao todos, a empresa tem 7.967 credores.

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