O banco suíço Julius Baer espera que o banco Central Europeu (BCE) desacelere o ritmo de alta de juros na reunião de outubro para 0,50 ponto porcentual diante do crescimento econômico mais fraco esperado na Europa, apontou em relatório divulgado nesta quinta-feira (8).
O BCE acelerou o ritmo de aperto monetário nesta quinta e elevou os juros da Zona do Euro em 0,75 ponto percentual, maior alta desde 1999.
“O Banco Central Europeu mostrou forte determinação em levar a política monetária para um patamar mais normal e a ir além disso para desacelerar a demanda”, disse o banco.
Segundo o Julius Baer, o aumento veio em linha com as expectativas do mercado depois que vários membros do comitê de política monetária do BCE expressaram conforto com uma normalização antecipada da taxa de juros.
As leituras duradouras de inflação alta que persistirão no próximo mês são a principal razão para a mudança mais hawkish (mais inclinada ao aperto monetário) do BCE. “Ele está explicitamente visando desacelerar o crescimento da demanda e do emprego para reduzir a inflação para a meta”, apontou o Julius Baer.
Nesse cenário, o Julius Baer espera que o BCE deve continuar com o aperto monetário até o início do ano que vem, elevando a taxa básica em 0,25 ponto em dezembro e fevereiro de 2023.
A desaceleração da atividade econômica e o pico da inflação deverão reduzir a pressão sobre o BCE para aumentar ainda mais as taxas, aponta o Julius Baer. O banco espera uma desaceleração do crescimento do PIB europeu para 0,7% em 2023 – contração mais intensa que a prevista pelo BCE, de 0,9%. No segundo trimestre, a economia europeia cresceu 4,1% na base anual.
O BCE aumentou sua previsão de inflação em 2023 para 5,5%, de 3,5% anteriormente. Para 2024, a projeção é de 2,3%.
O aumento do custo de energia na Europa com a restrição do fornecimento de gás pela Rússia tem contribuído para o desaquecimento da economia europeia.