Balanço de Itaú (ITUB4) agrada e ações sobem; IRB (IRBR3) lidera altas após indicação de compra de Luiz Barsi

O balanço do quarto trimestre de 2021 do Itaú Unibanco (ITUB4) faz as ações do banco subirem forte nesta sexta-feira (11) e figurarem entre as maiores altas do Ibovespa. Às 13h05, enquanto os papéis ordinários do Itaú (ITUB4) subiam 6,75%, os preferenciais (ITSA4) avançavam 4,36%.

O movimento ajuda o Ibovespa, o principal índice da B3, a operar no campo positivo pelo quarto pregão seguido, com alta de 1,20%, aos 114.667 pontos.

O Itaú Unibanco encerrou o último trimestre do ano passado com lucro líquido recorrente de R$ 7,159 bihões, alta de 32,9% em relação a igual período do ano anterior. Em relação ao terceiro trimestre de 2021, houve avanço de 5,6%.

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O destaque ficou por conta da carteira de crédito da instituição, que encerrou 2021 em R$ 1,072 trilhão, um crescimento de 18,1% sobre o que havia ao fim de 2020 e de 6,7% ante o resultado da carteira em setembro. Para 2022, o banco estima crescimento entre 9% e 12%.

Para Felipe Kulchetscki, fundador e CEO da JFK Investimentos, o resultado foi “sensacional”, e supreendeu as expectativas dos analistas de mercado.

A movimentação positiva de Itaú também puxa outras empresas do setor para cima. Dentre as maiores altas do dia, Santander (SANB11) subia 3,49% e Banco do Brasil (BBSA3) avançava 3,63%.

A maior alta do Ibovespa fica por conta de IRB Brasil (IRBR3), empresa especializada em resseguros, com valorização de 7,30% no início da tarde. Para Kulchetscki, da JFK Investimentos, a subida dos papéis se dá pelo movimento do megainvestidor Luiz Barsi, que apontou um aumento da sua posição nas ações de IRB.

Segundo informações do InfoMoney, Barsi comprou mais 1,5 milhão de ações da companhia. Na sexta-feira (4), quando a cotação dos papéis estava em R$ 2,82, o investidor teria adquirido os papéis, aumentando ainda mais a participação no seu capital. Em 2021, as ações do IRB caíram 50,9%.

Destaques negativos

Na ponta negativa, quem puxa as quedas do Ibovespa são as mineradoras. Usiminas (USIM5) cai  4,77% após a divulgação de seu balanço, mesmo tendo registrado um aumento de 30% no lucro no quarto trimestre de 2021 em relação a um ano antes, para R$ 2,49 bilhões.

Para o CEO da JFK Investimentos, a queda do minério de ferro em Dalian, na China, impacta negativamente as mineradoras brasileiras. O contrato futuro da commodity caiu mais de 8%, para 766 iuanes. Além de Usiminas, Vale (VALE3) cai 1,21% e Gerdau (GGBR4), 2,19%.

Empresas varejistas também lideram as baixas do dia, com destaque para Magazine Luiza (MGLU3 -4,61%) e Via Varejo (VIIA3 -1,38%).

Para Kulchetscki, os números reportados pelo setor financeiro podem estar pesando sobre o segmento. “Os dados divulgados recentemente pelos bancos mostram que os números de inadimplência seguem altos. Isso impacta diretamente o varejo, principalmente Magazine Luiza e Via Varejo”, afirma.  

Mercados externos

As bolsas globais apresentam performance sem direção definida nessa sexta.

Em Wall Street, o índice Nasdaq recuava 0,10% no início da tarde, enquanto o Dow Jones subia 0,40% e o S&P 500, 0,17%.

Na Europa, contudo, o movimento é de queda. Na Alemanha o DAX caía 0,36%, enquanto, na Inglaterra, o FTSE 100 recuava 0,28%. O índice Euro Stoxx 50, que conta com empresas de todo o continente, apontava em 0,50% para baixo.

O número de inflação nos Estados Unidos ainda parece estar repercurtindo sobre os investidores.

Na quinta (10), o CPI (índice de preços ao consumidor) dos EUA registrou um aumento de 0,6% em janeiro, uma aceleração em relação aos 0,5% registrados em dezembro e acima do esperado por analistas de mercado.

Nos últimos 12 meses, a inflação americana acumula alta de 7,5%. O valor é o maior para o país desde 1982. O número acima das expectativas fez com que o Federal Reserve (o banco central dos EUA), de St. Louis, James Bullard, declarasse que apoia um aumento de um ponto percentual na taxa de juros nas próximas três reuniões da instituição.

Além disso, os dados mexeram com o mercado de bonds, os títulos de renda fixa emitidos pelo governo dos EUA, elevando a taxa de juros do título de dez anos americano para 2%.