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Após nomeação de Haddad para Fazenda, mercado aguarda agenda de reforma tributária e nova regra fiscal

Nomeação do ministro do Planejamento também está no radar dos investidores

Foto: Shutterstock/Salty View

Após a confirmação de Fernando Haddad (PT) para o Ministério da Fazenda, o mercado aguarda agora a nomeação do restante da equipe econômica, incluindo o ministro do Planejamento, além da agenda econômica do novo ministro no início de governo, principalmente no que se refere à reforma Tributária e à nova regra fiscal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, nesta sexta-feira (9), o nome do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para a Fazenda, como esperado.

Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, Haddad deve enfrentar uma rejeição inicial grande do mercado financeiro, por seu histórico de defesa de alguns temas que desagradam os investidores, como a crítica à concentração e ao spread alto no setor bancário e ao modelo de concessões adotado após o governo Dilma, além da defesa da taxação de imposto sobre grandes fortunas .

“O Haddad ao longo de sua história levantou bandeiras bem mais em linha com a nova matriz econômica da Dilma, como a defesa dos campeões nacionais, do que com o tripé macroeconômico do governo FHC [Fernando Henrique Cardoso]”, diz Cruz.

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Durante o debate com o governador eleito para o Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Haddad chegou a afirmar que poderia revisar as concessões e o modelo de cobrança de pedágio das rodovias paulistas. “Isso traria uma insegurança jurídica enorme se essa ideia for adotada em âmbito nacional”, diz Cruz.

O modelo de leilões federais foi revisado após problemas em algumas concessões feitas durante o governo Dilma, que privilegiavam as empresas que oferecessem as tarifas mais baixas e não o maior valor de outorga, como é adotado atualmente. “Tivemos problemas com empresas aventureiras que entraram no setor”, assinala Cruz.

Outro ponto que chegou a ser discutido pelo governo do PT é a adoção de uma moeda única para o Mercosul. “Se isso ocorrer, o câmbio se desvalorizaria rapidamente, trazendo inflação e juros mais altos”, avalia o estrategista .

Nomeação da equipe econômica de Haddad no radar

Para Andrea Damico, sócia e economista-chefe da Armor Capital, o mercado aguarda agora a nomeação da equipe econômica de Haddad e a indicação do nome para o Ministério do Planejamento.

“Tudo vai depender de quem serão os nomes do segundo escalão na pasta e de quem será o ministro do Planejamento, se será um nome com perfil mais liberal ou não, além das primeiras falas do ministro da Fazenda ao mercado sobre a política fiscal”, disse Damico.

O presidente Lula disse que o nome para o ministério do Planejamento deve ser de alguém apto para cuidar do orçamento e afinado com o Ministério da Fazenda.

PEC da Transição em pauta

O mercado aguarda também o desenho final sobre a PEC da Transição. A Proposta de Emenda à Constituição aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) prevê aumento de R$ 145 milhões no limite do teto de gastos para financiar o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família, que deve substituir o Auxílio Brasil.

O impacto fiscal deve ser ainda maior, uma vez que está previsto um gasto de R$ 24 bilhões fora do teto de gastos.

“O mercado já precificava o nome de Fernando Haddad que, nos últimos dias, não agradou e, juntamente com a PEC fura-teto, pesou no mercado”, mencionou a Ativa Investimentos, em relatório.

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