Apoiado em Petrobras (PETR4) e bancos, Ibovespa sobe 2,04% e volta ao patamar de 111 mil pontos

Petróleo sobe com expectativa de reabertura da economia chinesa e impulsiona as ações da estatal

Foto: Shutterstock/Arnaldo Jr

Após três quedas seguidas, o Ibovespa voltou a fechar no campo positivo nesta terça-feira (17), impulsionado pela Petrobras (PETR4; PETR3) e a recuperação dos bancos.

O movimento destoa do clima ameno das principais Bolsas globais, com investidores analisando com cautela o início da temporada de divulgação de resultados das empresas americanas no quarto trimestre de 2022.

O cenário fez o principal indicador da Bolsa brasileira fechar o pregão em alta de 2,04%, aos 11.439 pontos e R$ 20,13 bilhões em volume negociado.

Com este desempenho, o Ibovespa soma alta de 0,47% na semana, enquanto desde o início do ano, a valorização é de 1,55%, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap.

China dá novo fôlego ao petróleo

O petróleo voltou a subir no mercado global com a expectativa de reabertura da economia chinesa com o afrouxamento da política zero Covid, que levou à desaceleração das atividades no ano passado.

Com isso, o barril de óleo tipo Brent, usado como referência na maior parte do mercado global, encerrou o dia em alta de 2,59%, negociado a US$ 86,65.

A alta ocorreu a despeito de dados do PIB (Produto Interno Bruto) chinês registrar alta de 3% no ano passado, em comparação a 2021, o segundo pior desempenho desde 1976.

A alta deu força para os papéis da Petrobras figurarem entre as maiores altas do dia. As ações preferenciais encerraram o pregão em alta de 6,16%, enquanto os ordinários subiram 7,04%.

Além da China, Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, destacou a recuperação de R$ 456 milhões em acordos de leniência, que devem reforçar o caixa da estatal.

“O fato é que a Petrobras esteve nos últimos anos performando com a ajuda da alta das commodities, além de uma gestão técnica e profissional. Agora voltará a ter políticos no seu comando”, destacou.

Rede D’Or dispara e bancos se recuperam

As ações da Rede D’or (RDOR3) lideraram as altas do Ibovespa, encerrando a 8,11%. A empresa foi tema de um relatório do BTG divulgado mais cedo, em que o banco se mostrou otimista com as sinergias – os efeitos positivos sobre os resultados – que podem ser geradas pela combinação de negócios entre a companhia e a SulAmérica.

O banco calcula que o valor presente líquido destas sinergias possa chegar a R$ 6,2 bilhões, devido a uma economia de despesas de cerca de R$ 3 bilhões e ao “redirecionamento de uma parcela maior das despesas médicas da SulAmérica para a Rede D’Or”, que pode trazer mais R$ 3,2 bilhões.

Ainda no grupo de altas, destaque para a recuperação dos bancos, que caíram em bloco na véspera, contaminados pelos desdobramentos do colapso da Americanas (AMER3).

Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 5,87%, enquanto BTG Pactual (BPAC11) e Itaú Unibanco (ITUB4) encerraram o pregão em alta de 3,26% e 2,07%, respectivamente.

Além disso, os investidores analisaram a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Fórum Econômico Mundial de Davos, e as declarações de que o novo arcabouço fiscal deve ser apresentado até abril.

“As falas do ministro de que o governo pretende enviar já no primeiro semestre uma reforma tributária centrada no consumo e a proposta de um novo arcabouço fiscal foram bem-recebidas pelo mercado”, afirmaram Régis Chinchila e Luis Novaes, da Terra Investimentos.

Baixas do dia

A Qualicorp (QUAL3) liderou as quedas do Ibovespa, com recuo de 5,41%. Nesta manhã, o Goldman Sachs cortou a recomendação dos ativos da empresa de neutro para venda. O preço-alvo caiu pela metade, e passou de R$ 12 para R$ 6.

Segundo informações do site Infomoney, o banco acredita que a empresa não deve ter um ímpeto nos lucros no curto prazo por causa de um “cenário macroeconômico mais desafiador” e de uma inflação persistente, além de uma competição ainda alta com os planos de pequenas e médias empresas.

Também no pelotão de baixo, Via Varejo (VIIA4) e CVC (CVCB3) devolveram parte dos ganhos registrados nos pregões anteriores e fecharam em queda de 2,67% e 2,48%, nesta ordem.

Após passar a maior parte do dia em recuperação, os papéis da Americanas (AMER3) inverteram para o campo negativo e fecharam no vermelho, com queda de 2,06%, a R$ 1,90.

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Mercados globais e criptos

As Bolsas internacionais fecharam sem direção definida, com investidores olhando de perto os balanços financeiros das empresas americanas no quarto trimestre.

Nesta manhã, o Goldman Sachs e o Morgan Stanley reportaram seus números. Na opinião da estrategista de ações da XP, Jennie Li, os resultados dos bancos até agora não foram ruins, mas trazem uma mensagem de cautela aos investidores.

“Os bancos têm indicado que esperam uma desaceleração ou até mesmo uma recessão econômica para 2023. Então, as projeções daqui para frente ficaram cada vez mais cautelosas”, afirmou. 

Em Wall Street, o Dow Jones caiu 1,14%, o S&P 500 perdeu 0,20% e a Nasdaq ganhou 0,14%. No outro lado do Atlântico, o Euro Stoxx 50 fechou o dia em alta de 0,34%.

O mercado cripto, por sua vez, seguiu os mercados globais e perdeu força nesta terça-feira, após a sequência de valorização que jogou o Bitcoin para acima dos US$ 21 mil.

Saiba mais:

O desempenho nos últimos dias fez as maiores moedas do mercado encerrarem o ciclo de recuperação pós-FTX e voltarem ao patamar do início de novembro.

Por volta das 17h25, o Bitcoin (BTC) tinha queda de 0,56% em comparação as últimas 24 horas, negociado a US$ 21.469, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap. Na mesma hora, o Ethereum (ETH) perdia 1,09%, a US$ 1.595.

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