A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) comunicou na última sexta-feira (27) que instaurou dois inquéritos administrativos, ou seja, processos, envolvendo a Americanas (AMER3).
A autarquia federal responsável pela regulação do mercado de capitais no Brasil irá investigar um possível uso de informação privilegiada, conhecido como insider trading, em meio a relatos de operações suspeitas feitas anteriormente ao anúncio do rombo fiscal, feito na noite do dia 11 de janeiro.
A taxa média de aluguel, ou seja, a remuneração do empréstimo de ações, aumentou de 18,59% para 28,75% ao ano de terça (10) para quarta (11). E chegou a encostar nos 500% na quinta (12).
Além disso, o volume de negociação dos papéis da varejista no dia do anúncio, feito à noite, foi 28% superior ao da média diária dos três meses anteriores.
Somado a isso, informações públicas da empresa mostraram que, ao longo do segundo semestre do ano passado, executivos da varejista venderam R$ 210 milhões em ações.
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O outro processo é para apurar eventuais irregularidades envolvendo as informações contábeis da Americanas. Os inquéritos instaurados serão conduzidos pela Superintendência de Processos Sancionadores (SPS) da CVM.
“Adicionalmente, estamos fazendo uso dos convênios e da cooperação que possuímos junto à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. A autarquia também está em constante diálogo com a Advocacia-Geral da União (AGU), a fim de coordenar eventual atuação conjunta”, afirmou a CVM em comunicado.