À espera de Fed e Copom, Bolsa encerra próxima da estabilidade; CVC (CVCB3) derrete quase 15%

Investidores também aguardam pela retomada das atividades no Congresso após o fim do recesso parlamentar

Foto: Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira (30) próximo da estabilidade à espera da decisão de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, que acontece na próxima quarta-feira (1).

Além da expectativa pela taxa de juros, os investidores seguem com as atenções voltadas para Brasília após a volta ao trabalho do Congresso a partir de fevereiro.

Diante disso, o principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,04%, aos 112.273 pontos e R$ 16,86 bilhões em volume negociado, segundo dados da plataforma TradeMap.

Com isso, o Ibovespa acumula uma alta de 2,31% desde o início de 2023.

Decisão de juros no radar

A semana promete ser de bastante volatilidade com o mercado à espera das decisões monetárias no Brasil e nas principais economias do mundo.

Por aqui, o maior consenso é de que o BC (Banco Central) mantenha a Selic em 13,75% ao ano, mesma decisão das últimas reuniões, ao mesmo tempo em que deve frisar no comunicado suas preocupações com a política fiscal e com a escalada nas expectativas para a inflação de 2023 e 2024.

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O Fed (banco central americano), por sua vez, deve acrescentar 0,25 p.p (ponto percentual) na taxa, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano. A expectativa também é por um discurso mais duro do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, ressaltando as preocupações com a alta dos preços de serviços, que ainda rodam em patamares elevados.

Além das reuniões de política monetária no Brasil e nos EUA, a semana ainda terá, na quinta-feira (2), os encontros de juros do Banco Central Europeu, que deve subir a taxa da zona do Euro em 0,50 p.p, e do Banco da Inglaterra.

Natura dispara

A alta de 5,49% da ação da Natura (NTCO3) foi um dos destaques do pregão. Para Rafael Schmidt, operador de renda variável da One Investimentos, um novo boato envolvendo a venda de uma subsidiária da empresa animou o mercado.

De acordo com informações da Bloomberg, as marcas LVMH, a holding da Louis Vuitton, e a L’Oréal estão interessadas em comprar uma participação na marca de cosméticos de luxo Aesop, que é da Natura.

Segundo o veículo, o acordo pode avaliar os negócios da Natura em pelo menos US$ 2 bilhões. O grupo de beleza japonês Shiseido também seria um dos interessados, disseram fontes ouvidas pela Bloomberg. A ação da Natura, vale destacar, chegou a disparar mais de 12% mais cedo.

A Arezzo (ARZZ3), que subiu 6,36%, liderou as altas do Ibovespa, com o mercado avaliando como positivo os movimentos recentes da companhia.

Na semana passada, a varejista fechou um acordo de R$ 166 milhões para a compra da Calçados Vicenza, em um pagamento que envolve o pagamento em dinheiro e ações.

Petz (PETZ3) e Klabin (KLBN11) completam as principais altas, com avanços de 4,46% e 2,87%, respectivamente.

Por outro lado, ignorando a queda do petróleo no mercado global, os papéis da Petrobras fecharam no campo positivo. Os contratos futuros do barril tipo Brent fecharam em queda de 2,25%, a US$ 84,45, segundo dados da ICE.

Os papéis preferenciais da estatal (PETR4) subiram 0,51%, enquanto os ordinários (PETR3) valorizaram 0,31%.

“Esse movimento de alta é decorrente também de um ajuste de mercado, já que as últimas sessões foram de forte queda, então hoje estamos vendo um movimento natural de correção”, pontua Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil.

CVC lidera baixas

Na ponta de baixo, o destaque negativo foi a CVC (CVCB3), que perdeu 14,40%. Na última sexta-feira (27), a companhia de turismo informou ao mercado que desistiu de comprar a Ōner Travel, quatro meses depois de anunciar a intenção de aquisição.

Em comunicado, a empresa disse as partes decidiram, de comum acordo, encerrar as respectivas negociações.

Ainda no pelotão negativo, Raízen (RAIZ4) perdeu 4,97%, enquanto Cielo (CIEL3) e Magazine Luiza (MGLU3) caíram 4,78% e 3,75%, nesta ordem.

A companhia de maquininhas divulgou na última quinta (26) seu balanço do quarto trimestre de 2022. Apesar do crescimento de 63% no lucro líquido, quando comparado ao mesmo período em 2021, a Cielo registrou uma queda de 12,45% na base ativa de clientes. Na sexta, o papel encerrou o pregão em baixa de 1,13%.

Mercado global e criptos

Além da política monetária, os investidores globais esperam por novos dados da temporada de balanços do quarto trimestre nos EUA. Nesta semana, é a vez das big techs, como Apple, Meta, Amazon e Alphabet, revelarem o desempenho do fim do ano passado.

“Até o momento, a temporada segue em tom positivo, das 147 empresas do S&P 500, que reportaram seus balanços, 68% superaram as estimativas de lucro”, comentou a XP, em relatório nesta manhã.

Em Nova York, o Dow Jones perdeu 0,77%, enquanto o S&P 500 caiu 1,30% e a Nasdaq apontou 1,96% para baixo. No outro lado do Atlântico, o Euro Stoxx 50 perdeu 0,46%.

Seguindo o mau humor dos mercados globais, o mercado cripto também opera no vermelho. Por volta das 17h10, o Bitcoin (BTC) perdia 2,90% em comparação as últimas 24 horas, pouco acima de US$ 23 mil. Na mesma hora, o Ethereum (ETH) perdia quase 6%, cotado na faixa de US$ 1,5 mil.

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