Julho de 2024 foi um mês marcado por importantes movimentações no mercado financeiro, tanto no cenário global quanto no brasileiro.
Após um primeiro semestre desafiador, o mês trouxe alguns sinais de recuperação, embora a volatilidade tenha permanecido presente.
Neste artigo vamos mostrar os principais eventos que impactaram o desempenho das Bolsas de Valores em julho de 2024, destacando as maiores altas e baixas do Ibovespa e os fatores que influenciaram esses movimentos.
Panorama geral do mercado em Julho
O mês de julho foi de recuperação para o Ibovespa, que apresentou uma alta de 2,68%, o que representou a maior valorização mensal do ano até agora.
Essa recuperação foi impulsionada principalmente por um aumento no fluxo de investimentos estrangeiros, que registrou o primeiro saldo positivo do ano, e por uma combinação de fatores econômicos internos e externos que favoreceu o mercado brasileiro.
Fatores globais:
- Nos Estados Unidos, a expectativa de uma pausa no ciclo de alta dos juros pelo Federal Reserve ajudou a aliviar a pressão sobre os mercados emergentes, incluindo o Brasil.
- A estabilização dos preços das commodities, após meses de volatilidade, também contribuiu para uma percepção mais positiva do mercado brasileiro, especialmente para as empresas exportadoras.
Cenário doméstico:
- Internamente, a manutenção da taxa Selic pelo Banco Central em 10,50% foi bem recebida pelo mercado, embora tenha mantido o custo de capital elevado para empresas e consumidores.
- A aprovação de novas reformas fiscais pelo Congresso também ajudou a melhorar a confiança dos investidores, apesar de ainda haver incertezas quanto à execução dessas medidas.
Principais altas da Bolsa em julho de 2024
Algumas ações se destacaram em julho, refletindo a recuperação do mercado e a melhora na confiança dos investidores. Abaixo, as maiores altas do Ibovespa:
- Petrobras (PETR4): Com uma valorização de 18,5%, a Petrobras liderou as altas em julho. A alta dos preços do petróleo no mercado internacional, junto com os bons resultados operacionais da empresa, foram os principais fatores que impulsionaram suas ações.
- Vale (VALE3): As ações da mineradora subiram 15,2%, beneficiadas pela recuperação nos preços do minério de ferro e pela expectativa de aumento na demanda global, especialmente da China, principal destino das exportações da companhia.
- Magazine Luiza (MGLU3): Com uma alta de 14,7%, o Magazine Luiza se destacou entre as varejistas. A empresa anunciou uma série de medidas para aumentar a eficiência operacional e melhorar sua margem de lucro, o que foi bem recebido pelo mercado.
Banco do Brasil (BBAS3): As ações do Banco do Brasil subiram 12,9%, impulsionadas pela expectativa de um cenário mais favorável para o setor financeiro, com possíveis reduções na Selic nos próximos meses e uma maior demanda por crédito.
Principais baixas da Bolsa em julho de 2024
Por outro lado, algumas empresas enfrentaram dificuldades em julho, refletindo os desafios específicos de cada setor:
- Azul (AZUL4): A companhia aérea Azul liderou as quedas, com uma desvalorização de 10,3%. A empresa foi impactada negativamente pela alta do dólar, que aumentou seus custos operacionais, especialmente com combustível, e pela persistente fraqueza na demanda por voos internacionais.
- Cogna (COGN3): A empresa de educação teve uma queda de 9,6%, reflexo das dificuldades em expandir suas operações em um ambiente de juros altos e demanda contida por novos cursos, especialmente no ensino superior.
- Lojas Americanas (LAME4): As ações da Lojas Americanas caíram 8,5%, ainda refletindo os problemas financeiros enfrentados pela empresa desde o início do ano, incluindo dificuldades em renegociar suas dívidas e uma queda nas vendas.
Eletrobras (ELET3): A Eletrobras registrou uma queda de 7,8%, impactada por incertezas quanto à governança e à estratégia futura da empresa após a privatização, além de pressões de custos no setor elétrico.
Manter-se atualizado é sempre importante!
Julho de 2024 trouxe um alívio parcial para o mercado brasileiro, com o Ibovespa revertendo parte das perdas acumuladas no ano. No entanto, o cenário ainda é desafiador, com muitos riscos internos e externos no radar dos investidores. As ações de empresas ligadas a commodities e ao setor financeiro foram as que mais se beneficiaram, enquanto setores mais sensíveis a variações cambiais e à demanda interna, como aviação e varejo, continuaram a enfrentar dificuldades.
Para os próximos meses, a atenção do mercado continuará voltada para as decisões de política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, além da evolução do cenário fiscal doméstico e do desempenho das commodities no mercado internacional.
Continue acompanhando o mercado aqui no TradeMap e fique por dentro de todas as novidades!