Ibovespa recua com tensão fiscal e impasse político sobre IOF

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O Ibovespa encerrou a quarta-feira (25) em forte queda de 1,02%, aos 135.767 pontos, pressionado por tensões políticas e fiscais. O mercado reagiu à decisão do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) de pautar um projeto que anula o decreto do governo sobre o aumento do IOF. A iniciativa, que pode ser votada ainda nesta semana, é vista como um teste de força entre Congresso e Planalto e aumentou o ruído político em meio à já delicada situação fiscal.

No câmbio, o dólar PTAX subiu 0,89%, cotado a R$ 5,5427, e o Banco Central realizou uma operação pouco usual para conter a volatilidade: vendeu US$ 1 bilhão no mercado à vista e comprou o mesmo montante via contratos de swap reverso. A medida visa suavizar pressões cambiais sem alterar a política monetária.

Durante o dia, o presidente Lula reforçou sua confiança no ministro Fernando Haddad, afirmando que seu governo tem compromisso com a responsabilidade fiscal. Ele também participou do lançamento das novas políticas de biocombustíveis, anunciando o aumento da mistura de etanol na gasolina de 27% para 30% (E30) e de biodiesel no diesel de 14% para 15% (B15), com início em agosto. A expectativa é de que a medida reduza a dependência de combustíveis fósseis, incentive investimentos superiores a R$ 10 bilhões e crie mais de 50 mil empregos, além de diminuir em até R$ 0,20 o preço da gasolina.

O cenário externo também influenciou o pregão. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou ao Congresso que mudanças nas projeções econômicas dos EUA refletem, em parte, os efeitos da política comercial. Além disso, o cessar-fogo entre Israel e Irã trouxe algum alívio aos mercados, embora o clima de incerteza permaneça. Com isso os contratos futuros do petróleo fecharam em alta: o WTI subiu 1,20%, a US$ 65,14 o barril, enquanto o Brent avançou 0,62%, a US$ 66,58. Mesmo assim, as ações da Petrobras (PETR4) caíram 0,51%.

Os destaques positivos do pregão ficaram com ações de varejistas. A C&A (CEAB3) subiu 4,52% após anunciar o fim de sua parceria com o Bradesco para serviços financeiros. O mercado avaliou positivamente a mudança, com o Citi projetando leve aumento no lucro da empresa em 2026. Já a RD Saúde (RADL3) se destacou entre os maiores ganhos do dia, com alta de 3,46%, em movimento de recuperação após resultados fracos no 1T25.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Vamos (VAMO3): +3,48%

• RaiaDrogasil (RADL3): +3,26%

• Raízen (RAIZ4): +1,83%

• Minerva (BEEF3): +1,48%

• WEG (WEGE3): +0,92%


Baixas

• Hapvida (HAPV3): -5,52%

• CSN (CSNA3): -4,98%

• Brava Energia (BRAV3): -4,76%

• Azzas (AZZA3): -4,58%

• Braskem (BRKM5): -4,46%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: -0,25%

• Nasdaq: +0,31%

• S&P 500: 0,00%


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