Indicador de atividade aponta primeiros sinais de recessão na Europa

Dados sobre atividade do setor privado medidos pelo índice PMI sugerem que economia da Europa deve encolher no primeiro trimestre

Foto: Shutterstock

O índice que mede a atividade do setor privado da zona do euro apontou que a região pode estar batendo na porta de um período de recessão – algo que especialistas alertavam que poderia acontecer, dado o aumento acelerado das taxas de juros em vários países neste ano.

Segundo dados divulgados pela S&P, a atividade do setor privado europeu medida pelo índice PMI voltou a encolher em julho e atingiu o menor nível em quase um ano e meio.

“Excluindo os meses de lockdown da pandemia, a retração de julho é a primeira sinalizada pelo PMI desde junho de 2013″, disse Chris Williamson, economista-chefe para empresas na S&P Global Market Intelligence.

A leitura mais recente sugere que a economia europeia pode encolher 0,1% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre deste ano, mas nos próximos meses este índice pode piorar.

“A forte queda nas novas encomendas, nas entregas pendentes e as expectativas mais pessimistas para os negócios apontam para uma aceleração desta contração”, disse Williamson.

No setor industrial, a situação é considerada mais preocupante, visto que as empresas do setor disseram estar vendendo menos do que esperavam, com acúmulo de estoques.

Na prática, isso deve significar cortes de produção nos próximos meses, visto que os consumidores estão mais reticentes em comprar em parte por causa do aumento nos preços de vários produtos.

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“Com o BCE aumentando os juros em um momento no qual o ambiente de demanda normalmente exigiria o contrário, o aumento nos custos dos empréstimos vão inevitavelmente aumentar os riscos de recessão”, disse Williamson.

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Ele acrescentou, no entanto, que as pressões inflacionárias diminuíram tanto na produção – com queda nos preços de insumos – quanto para os consumidores – o que, eventualmente, resultará numa inflação menor.

“No entanto, no momento, estes indicadores de inflação continuam mais altos do que em qualquer momento anterior à pandemia, sublinhando o desafio que as autoridades enfrentam para domar a inflação ao mesmo tempo em que evitam um pouso forçado da economia”, disse o economista.

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