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Emprego forte nos EUA é balde de água fria para mercados; entenda

Criação de vagas na maior economia do mundo veio acima do esperado por analistas

Foto: Shutterstock

O mercado de trabalho mais aquecido que o esperado nos Estados Unidos em maio foi um balde de água fria nos mercados financeiros, que desde a semana passada estavam mais animados com a possibilidade de arrefecimento da inflação e de um cenário mais previsível para o ciclo de alta de juros na maior economia do mundo.

Nesta sexta-feira (3), a divulgação do payroll, relatório publicado pela BLS (Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos), apontou para a criação de 390 mil empregos em maio, bem acima do esperado por analistas. Os especialistas ouvidos pela Reuters, por exemplo, acreditavam que seriam criados 325 mil empregos.

Apesar dos salários terem subido 0,3% no mês passado, um pouco abaixo do esperado, a avaliação do mercado é que os números adicionaram incertezas ao jogo ao mostrar uma economia ainda bastante aquecida, sem sinal de trégua para a política monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA.

A instituição está aumentando os juros para tentar controlar a inflação, e dados que mostram força na economia americana sugerem haver espaço para os juros aumentarem mais rápido ou por mais tempo.

De acordo com a BLS, a criação de empregos se concentrou em lazer e hospitalidade e serviços aos negócios, além de transportes e estoques. O emprego no varejo diminuiu no período.

Por volta das 13h50, os principais índices das bolsas americanas tombavam com força: o Dow Jones caía 0,79%, o S&P 500 recuava 1,41% e o Nasdaq estava em queda de 2,30%. Por aqui, o Ibovespa foi contaminado por esse pessimismo e no mesmo horário tinha perdas de 0,78%, a 111.517.

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“O payroll veio mais forte que o esperado. Isso puxou os juros lá fora para cima e a bolsa americana começou a cair”, apontou Vitorio Galindo, head de análise fundamentalista da Quantzed, ressaltando que o cenário impacta em especial empresas ligadas ao varejo e construção.

“A Bolsa brasileira seguiu o mesmo caminho de queda. Todos os juros DIs [contratos futuros de juros] no Brasil subindo forte também. Isso tem impactado ações, principalmente aquelas atreladas aos juros, como empresas de varejo, construção civil e até utilities [prestadoras de serviços públicos] também.”

Na avaliação da Oxford Economics, os dados corroboraram a visão do Federal Reserve de que o mercado de trabalho continua apertado.

“Embora a situação do mercado de trabalho deva permanecer boa a curto prazo, a demanda por mão de obra deve cair até o final do ano, já que as empresas enfrentam custos mais altos, demanda reduzida do consumidor e menor lucratividade”, afirmou a economista da consultoria, Kathy Bostjancic.

Número influencia Fed

Além da inflação, o Federal Reserve, o banco central americano, toma decisões olhando também o mercado de trabalho, e por isso os dados são olhados com lupa pelo mercado.

Na semana passada, a autoridade monetária dos EUA indicou, na ata da última reunião, que vê  mais duas altas de 0,50 pontos porcentuais nos juros americanos nas próximas reuniões, cenário que acalmou os investidores que já apostavam em aumentos ainda maiores.

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