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Dados de emprego nos EUA colocam mercados na defensiva e Ibovespa cai quase 1%

Vaga de emprego nos EUA veio acima do esperado e trouxe incertezas quanto ao aumento da taxa de juros

Foto: Shutterstock

No último pregão da semana, o Ibovespa opera em queda assim como os pares nos Estados Unidos e na Europa, impactados pelos resultados do payroll, indicador que informa as vagas criadas no mercado de trabalho nos EUA, que veio acima do esperado e mexeu com a curva de juros.

Às 13h35, o principal índice da B3 caía 0,89%, aos 111.400 pontos. As principais quedas do Ibovespa ficavam com empresas “atreladas aos juros”, na avaliação de Vitorio Galindo, analista de investimentos da Quantzed. Na prática, são empresas ligadas à economia interna do Brasil, como as de varejo, construção civil e de tecnologia.

Méliuz (CASH3), Yduqs (YDUQ3) e Magazine Luiza (MGLU3) recuavam 5,70%, 4,38% e 4%, respectivamente, liderando as quedas do índice nesta sexta-feira (3).

O mercado de trabalho americano criou 390 mil vagas em maio, de acordo com o relatório divulgado pela BLS (Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos) nesta sexta. A taxa de desemprego se manteve em 3,6%.

Mas então, como um dado que mostra que os empregos aumentaram pode prejudicar o mercado? Isso acontece porque uma perspectiva de mais dinheiro circulando na economia pode causar a inflação, o que acaba fazendo com que os juros subam.

Com os juros subindo, a quantidade de moeda diminui, e a inflação tende a arrefecer. Contudo, nesse processo, empresas que dependem de consumo da população, ou de dinheiro para crescer, acabam se prejudicando.

“O resultado veio mais forte do que o esperado, abriram 390 mil vagas ante um consenso próximo a 325 mil, isso puxou o juros lá fora pra cima, treasuries (taxas) começaram a subir por lá e a bolsa a cair. Estamos indo junto nesse movimento”, comenta o analista da Quantzed. 

Segundo dados retirados da plataforma do TradeMap, os contratos para juros com vencimento em 2025 e 2028 subiam nesta segunda-feira cerca de 5 e 1 pontos-base, respectivamente.

Outras quedas com intensidade ficavam com Lojas Americanas (AMER3), que recuava 5,17%, Positivo (POSI3), que perdia 4,39% e BTG Pactual (BPAC11), que apontava em 3,70% para baixo. A empresa de computadores foi a ação que mais se valorizou no pregão da véspera, encerrando a sessão com alta de 15,33%.

Dentre as ações com o maior peso no Ibovespa, a performance era distinta. Enquanto Vale (VALE3) recuava 1,26%, os papéis ordinários da Petrobras (PETR3) subiam 0,58% e os preferenciais (PETR4) operavam com estabilidade.

Nas poucas altas do dia, Natura (NTCO3) encabeçava a lista, com uma valorização de 1,93%, seguida por Raia Drogasil (RADL3) que ganhava 1,89% e Equatorial (EQTL3) que subia 0,62%.

Bolsas internacionais

No cenário externo, as Bolsas operam em queda, também repercutindo o payroll. Nos EUA, os investidores acompanham o que o mercado diz a respeito de um e-mail obtido pela Reuters envolvendo o empresário Elon Musk, que se dizia preocupado com o estado atual da economia e afirmava que planeja cortar cerca de 10% dos funcionários da Tesla (TSLA34).

Os papéis da empresa de carros elétricos recuavam 8,75% na Nasdaq, enquanto os BDRs perdiam 8,74% por aqui. O índice, inclusive, recuava 2,71%, a maior queda entre os pares. No mesmo horário, Dow Jones caía 1,08% e o S&P 500 apontava em 1,74% para baixo.

Na Europa, o movimento era parecido, com os índices FTSE 100, de Londres, o DAX, da Alemanha, e o Euro Stoxx 50, que reúne empresas de todo continente, recuando 1%, 0,17% e 0,26%, nesta ordem.

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