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É bom, mas é ruim: Payroll forte reduz chance de recessão nos EUA, mas eleva aposta em juros altos

Bolsas americanas abriram em queda; aumentou o percentual de investidores que aposta em alta de 0,75 na taxa básica dos EUA

Foto: Shutterstock

O mercado de trabalho dos Estados Unidos se comportou de uma forma muito mais positiva do que o imaginado por especialistas em junho, o que representa uma notícia boa e outra ruim para os investidores.

Por um lado, o número reduz as chances de uma recessão rápida na maior economia do mundo; por outro, aumenta a probabilidade de o Federal Reserve, banco central americano, ter que manter um ritmo agressivo de alta de juros daqui para a frente.

O dado, divulgado nesta sexta-feira (8) pela secretaria de estatísticas trabalhistas dos EUA, mostrou que no mês passado foram criadas 372 mil vagas, enquanto analistas ouvidos pela Reuters esperavam 268 mil.

Já o ganho médio por hora chegou a US$ 32,08, um aumento de 0,3% na comparação com maio e de 5,1% em relação a junho do ano passado.

“O ritmo do mercado de trabalho americano ainda está muito forte, mantendo a taxa de desemprego dos Estados Unidos próxima das mínimas históricas”, aponta Lucas Zaniboni, economista da Garde. “A falta de trabalhadores vem gerando pressões salariais, com a taxa de participação [dado que mede quantos trabalhadores estão a procura de emprego] em queda.”

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Ele aponta que esse cenário reforça a chance de o Fed continuar elevando juros de forma intensa. “Em resumo, isso deixa o Federal Reserve confortável para prosseguir com seu plano de voo atual.”

O número influencia no mau humor das bolsas americanas, que por volta das 11h30 operavam no vermelho: o Dow Jones recuava 0,19%, o S&P 500 estava em queda de 0,41% e o Nasdaq caía 0,49%.

Dados do CME Group mostram que 97,9% dos investidores acreditam agora em uma alta de 0,75 ponto porcentual na próxima reunião, percentual que era de 91,5% antes da divulgação. Para a reunião seguinte, em setembro, a chance de os juros chegarem a 3% ao ano dobrou, passando de 15% para 30%, embora a aposta majoritária ainda seja de taxas inferiores.

O mercado já precificou uma recessão à frente na economia e busca sinalizações dos próximos passos do Federal Reserve para os juros.

Na ata da última reunião, o Fed indicou que o seu foco é combater a maior inflação em quatro décadas, mesmo que isso custe, lá na frente, o crescimento da atividade econômica do país.

Mas o documento foi considerado desatualizado pelo mercado, pois o encontro, que elevou o ritmo de alta de juros para 0,75 ponto percentual, aconteceu há quase um mês. De lá para cá, as quedas recentes nos preços das commodities e indicadores mais fracos de atividade foram divulgados, reforçando a percepção de que a economia já está desacelerando.

Os dados informados nesta sexta, entretanto, mostram uma força maior do mercado de trabalho em junho.

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