Criptomoedas são seguras? Não para os bancos, dizem reguladores dos EUA

Para reguladores do setor bancário dos EUA, envolvimento das instituições financeiras neste mercado contraria boas práticas

Foto: Shutterstock/eamesBot

Os reguladores do setor financeiro dos Estados Unidos emitiram um alerta aos bancos do país referente às criptomoedas. Na opinião das autoridades, as instituições financeiras que possuem ou se envolvem na emissão destes ativos correm o risco de descumprir as boas práticas do setor.

“Com base no entendimento e experiência atual até agora, as agências acreditam que emitir ou manter como principal criptoativos que são emitidos, armazenados ou transferidos numa rede aberta, pública e/ou descentralizada, ou num sistema similar muito provavelmente é inconsistente com práticas bancárias seguras e sadias”, disseram os reguladores em um documento.

O alerta é assinado pelo Federal Reserve (o banco central americano), a Federal Deposit Insurance Corporation – agência responsável por garantir depósitos dos correntistas de bancos – e o Office of the Comptroller of the Currency, órgão que fiscaliza os bancos americanos.

No documento, os reguladores dizem que os bancos “não são nem proibidos nem desencorajados a oferecer serviços bancários para clientes de qualquer classe ou tipo”, mas ressalta que ainda há dúvidas sobre como as atividades envolvendo criptoativos podem ser conduzidas de forma segura, dentro da lei e protegendo os consumidores.

“É importante que riscos relacionados ao setor de criptoativos que não possam ser mitigados ou controlados não migrem para o sistema bancário”, acrescentaram.

E os riscos, segundo os reguladores, são vários. Na lista estão a possibilidade de fraudes com criptos, incertezas jurídicas em termos de custódia e propriedade dos ativos, a falta de divulgação de informações adequadas pelas empresas do setor e a volatilidade do mercado de criptomoedas.

As autoridades, em parte amparadas pelos eventos vistos no mercado cripto em 2022, apontam que a forte variação nos preços de criptoativos pode afetar o fluxo de depósitos nas empresas de criptoativos, além de provocar uma “corrida” dos investidores para sacar recursos – o que pode ser prejudicial para bancos que mantêm reservas em moedas digitais.

Também cita em determinado trecho do documento que o setor de criptoativos carece de maturidade e robustez nas áreas de gerenciamento de riscos e governança – um dos principais problemas apontados para o colapso da FTX.

O mercado cripto parece não ter se abalado com a avaliação dos reguladores. Por volta das 14h10, o Bitcoin tinha alta de 2,70%, segundo informações disponíveis no TradeMap.

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