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Binance desiste de comprar FTX, mas criptos sobem com força após dados dos EUA

Apesar da crise interna, investidores respiram mais aliviados com dados da inflação americana melhores que o esperado

Foto: Shutterstock/Julia Tsokur

As criptomoedas ensaiam uma recuperação nesta quinta-feira (10) após o banho de sangue histórico que fez o valor de mercado destes ativos cair US$ 240 bilhões nas últimas 48 horas. O Bitcoin (BTC) dispara mais de 10% em relação ao preço de quarta-feira (9), mas ainda é negociado abaixo de US$ 20 mil – preço da cripto na última sexta-feira.

Parte da recuperação das criptos reflete a virada de humor no mercado global após dados mostrarem que a inflação ao consumidor americano foi menor que se previa em outubro.

Logo após a divulgação do indicador, o mercado passou a esperar uma desaceleração brusca na alta dos juros dos EUA em dezembro – de 0,25 ponto porcentual, ante o ritmo atual de 0,75 ponto porcentual.

O aumento menos agressivo das taxas pelo Fed (o banco central americano) favorece ativos de risco, como ações e criptoativos. Os principais índices de ações dos EUA também disparavam, com o Nasdaq Composto subindo 5,6%.

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Por volta das 12h15, o BTC subia 11,72%, vendido a US$ 18,5 mil. Na véspera, a desvalorização chegou na casa de 10%. Já o Ethereum (ETH), segundo ativo com maior valor em capitalização, mergulhou para o nível de US$ 1,2 mil, mas registra alta de 21,4% nesta manhã, para US$ 1.327.

Novo crash

O crash no mercado cripto foi deflagrado no domingo (6), após rumores de que a FTX, uma das principais corretoras do mundo, estaria enfrentando problema de insolvência. Horas depois, a Binance divulgou que fechou um acordo para comprar o que restou da concorrente, mediante análise das contas e dos débitos da corretora.

O anúncio trouxe um sinal de esperança aos investidores com conta na FTX, que desde terça-feira (8) estão impedidos de sacar os seus ativos.

O alívio, porém, teve fôlego curto, e nesta quarta-feira (9), a Binance desistiu da aquisição, afirmando que os problemas envolvendo a FTX “estão além do nosso controle ou capacidade de ajudar”.

A empresa também disse que a desistência tinha a ver com notícias de que a FTX usou dinheiro de clientes para cobrir perdas financeiras.

“Toda vez que um grande player de um setor falha, os consumidores de varejo sofrerão. Vimos nos últimos anos que o ecossistema de criptomoedas está se tornando mais resiliente e acreditamos que, com o tempo, os poucos que que fazem mal uso do dinheiro de usuários serão eliminados pelo mercado livre”, complementou a corretora.

Piorou o que já estava ruim

Como já esperado pelos analistas, a reação do mercado à desistência do negócio foi a pior possível. Momentos depois, o Bitcoin desabou para a faixa de US$ 15 mil, a mais descontada desde novembro de 2020. Naquele ano, porém, a situação era oposta, com a cripto em ritmo de valorização.

O FTT, token nativo da FTX, já acumula queda de quase 90% na última semana, e arrisca seguir o mesmo caminho de ostracismo visto com as criptos do sistema Terra (LUNA), após o colapso da Terraform Labs, em maio deste ano.

Outros ativos vinculados à FTX também passam por forte desvalorização. A Solana (SOL), que até o início da semana integrava o top 10 dos principais ativos, perdeu cerca de 30% nas últimas 24 horas e desceu para a 15ª posição do ranking, segundo a plataforma CoinGecko. 

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