A inflação ao consumidor dos Estados Unidos veio abaixo do que o mercado esperava em outubro e no acumulado em 12 meses atingiu um dos menores níveis do ano. No entanto, os dados mostraram que os preços de combustíveis e da energia voltaram a subir, após três meses seguidos de queda.
Dados divulgados pelo governo do país mostram que o índice de preços ao consumidor americano subiu 0,4% em outubro na comparação com o mês anterior, quando também tinha avançado 0,4%. O mercado esperava um avanço mais intenso, de 0,6%, segundo dados do Rabobank e do ING.
No acumulado em 12 meses, a inflação foi de 7,7% em outubro – a menor leitura desde janeiro deste ano e inferior à previsão dos especialistas, que era de 7,9%.
O índice de preços ao consumidor excluindo alimentos e combustíveis – também conhecido como núcleo da inflação – subiu 0,3% na comparação mensal e 6,3% no acumulado em 12 meses até outubro. Nos dois casos, o mercado esperava altas mais intensas – de 0,5% e de 6,5%.
O indicador teve resultado imediato nas expectativas dos investidores a respeito dos juros americanos, com o mercado passando a ficar mais convicto de que a alta nas taxas vai desacelerar no mês que vem.
De acordo com dados do CME Group, após a divulgação do indicador, o mercado passou a prever chance de 80,6% de o banco central dos EUA, o Federal Reserve, elevar a taxa de juros em 0,25 p.p (ponto porcentual) em dezembro. Antes dos dados de inflação, essa probabilidade estava em 56,8%.
Essa perspectiva de redução da alta de juros ajudava a animar os futuros dos principais índices de ações dos EUA. Por volta das 11h, o Dow Jones subia 2,4%, o S&P 500 tinha alta de 3,1% e o Nasdaq Composto avançava 4,0%.
Vale ressaltar que nas últimas decisões sobre os juros o Fed elevou as taxas em 0,75 ponto porcentual. Segundo o banco ING, a inflação precisaria estar em 0,2% ao mês para convergir em direção à meta do banco central americano, de 2% ao ano.
Inflação dos combustíveis
Os dados publicados apontaram ainda que os preços da energia – grupo que engloba combustíveis e eletricidade – aumentou 1,8% em outubro na comparação com setembro, após ter recuado por três meses consecutivos, deixando de ser um aliado no combate à inflação americana.
O preço da gasolina cresceu 4% na comparação mensal, enquanto o da eletricidade subiu 0,1%. O gás natural, porém, ficou mais barato, com queda de 4,6% nos preços.