Nesta segunda-feira (14), o Ibovespa abriu em leve baixa de 0,78%, aos 135.125 pontos, refletindo a apreensão dos investidores diante da escalada de tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus principais parceiros. No radar dos mercados, seguem as ameaças tarifárias feitas por Donald Trump, o posicionamento do governo brasileiro frente ao impasse e uma série de indicadores econômicos domésticos, como o Boletim Focus e a prévia do PIB (IBC-Br), que ajudam a calibrar as expectativas para o restante do ano.
No fim de semana, Trump voltou a endurecer o discurso ao anunciar a imposição de tarifas de 30% sobre importações da União Europeia e do México a partir de 1º de agosto. A medida, mesmo com negociações em curso, acentuou o clima de incerteza nos mercados internacionais. A Europa reagiu com moderação, prometendo manter suspensas suas contramedidas até agosto, enquanto o Reino Unido, já protegido por um acordo bilateral com os EUA, viu sua bolsa subir na contramão do pessimismo europeu. Já no Brasil, as ameaças anteriores, com tarifas de até 50% sobre exportações, continuam repercutindo entre autoridades e setores produtivos, enquanto o presidente Lula reforçou que, se a diplomacia falhar, o país responderá com base na Lei da Reciprocidade.
Em meio ao ambiente de tensão externa, o mercado brasileiro pode encontrar algum alívio com a leve valorização das commodities. O petróleo e o minério de ferro, com altas de 1,00% e 0,26%, respectivamente, oferecem suporte aos papéis de grandes exportadoras, como Petrobras e Vale. No plano institucional, a expectativa recai sobre a regulamentação da Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso e prevista para ser publicada até terça-feira (15), o que pode marcar o início de uma postura mais assertiva do Brasil frente às restrições impostas por parceiros comerciais.
Do lado dos dados econômicos, o Boletim Focus trouxe leve alívio nas projeções inflacionárias para 2025, com o IPCA recuando de 5,18% para 5,17%, embora ainda acima da meta de 4,5%. A taxa Selic, por sua vez, segue estimada em 15% ao fim do ano. Já o IBC-Br, considerado uma espécie de “prévia do PIB”, apontou retração de 0,70% em maio, abaixo das expectativas de estabilidade. Apesar disso, o indicador acumula alta de 3,4% no ano e de 4% nos últimos doze meses, indicando resiliência da economia, embora com sinais de desaceleração.
O mercado financeiro brasileiro inicia a semana em compasso de espera. A combinação de tensão comercial externa com incertezas sobre a reação do governo Lula coloca os investidores em modo defensivo. Enquanto isso, os dados internos misturam cautela com algum otimismo pontual. O desfecho das negociações internacionais e a capacidade do Brasil de se posicionar estrategicamente frente às ameaças comerciais serão decisivos para o humor do mercado nos próximos dias.
Por volta das 10h27, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:
Altas
- Gerdau (GGBR4): +1,50%
- Auren (AURE3): +1,32%
- Gerdau Metalúrgica (GOAU4): +1,18%
Baixas
- Yduqs (YDUQ3): -3,82%
- Lojas Renner (LREN3): -3,69%
- MRV (MRVE3): -3,12%
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