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Serviços saltam em dezembro, mas devem recuar em 2023

Apesar do bom desempenho em 2022, expectativa é que juros elevados refreiem o desempenho do setor

Foto: Shutterstock/NicoElNino

Após dois meses ruins, os serviços voltaram com força em dezembro, avançando 3,1% em relação a dezembro e saltando 8,3% no ano fechado de 2022, alcançando um patamar 14,4% acima dos níveis pré-pandemia de Covid, em fevereiro de 2020.

Apesar da surpresa positiva, a avaliação de parte dos economistas é que será difícil repetir a façanha em 2023, com a taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano, em patamar elevado e tendência de piora no mercado de trabalho.

Além disso, a base de comparação para os segmentos de serviços que mais sofreram com a pandemia passa a ser muito mais forte neste ano.

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“A força do resultado de 2022 se deve em grande parte à fraca base de comparação, já que o setor de serviços foi o mais afetado pela pandemia”, aponta a economista Claudia Moreno, do C6 Bank. “Serviços que deixaram de ser consumidos na pandemia, como viagens, voltaram com tudo em 2022.”

Especialistas apontam também que, por outro lado, estímulos fiscais renovados, como o adicional pago a famílias com crianças no Bolsa Família, podem impedir quedas mais pronunciadas da atividade do setor.

“Entretanto, o impulso da reabertura da economia, que está desaparecendo, condições monetárias mais apertadas, o elevado nível de endividamento, a criação moderada de empregos e a deterioração da confiança dos consumidores e empresas podem gerar ventos contrários para a atividade de serviços no primeiro semestre”, ponderou Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs.

Desaceleração em relação ao 3º tri

A equipe de macroeconomia do Itaú Unibanco afirmou, em relatório, que quatro das cinco categorias de serviços cresceram no mês, com queda somente em serviços de TI e comunicação e destaque para outros serviços.

“As principais surpresas positivas em relação à nossa projeção foram em serviços profissionais, administrativos e complementares e outros serviços”, apontou o banco.

A instituição revisou levemente para cima a expectativa para o PIB do quarto trimestre após o resultado, de alta de 2% para crescimento de 2,1%, mas ponderou que, de qualquer forma, serviços mostraram desaceleração em relação ao terceiro trimestre.

“Apesar do resultado melhor que o esperado em dezembro, o setor de serviços registrou uma desaceleração significativa no quarto trimestre de 2022”, apontou o banco. “Esperamos que este movimento siga ao longo de 2023, em meio à menor renda disponível e ao maior impacto da política monetária contracionista.”

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