O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (12) que o Densenrola, promessa eleitoral para beneficiar endividados, será discutido após seu retorno do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que ocorre entre os dias 16 e 20 de janeiro.
“Na minha volta de Davos, vamos começar a formatar e anunciar o programa Desenrola para resgatar o crédito dessas famílias. São 70 milhões de negativados hoje”, disse o ministro, durante anúncio de medidas da área fiscal.
De acordo Haddad, as medidas fiscais anunciadas nesta quinta também são importantes porque ajudam a reequilibrar a situação das empresas.
“Não adianta desenrolar as famílias se não ajudar as empresas a resolver os problemas com a Receita Federal. Estamos fazendo um programa ousado e bastante benéfico do ponto de vista fiscal”, afirma.
A expectativa é que, com a adoção das medidas anunciadas, seja possível que o déficit primário do país (diferença entre gastos e receitas) fique entre 0,5% e 1%, abaixo dos 2,3% que estão previstos no orçamento.
Salário mínimo
Questionado sobre o impasse sobre o salário mínimo, Haddad afirmou que o valor pago a partir de janeiro, de R$ 1.302, já contempla um aumento real (acima da inflação) de 1,4%, o que faz que esteja dentro da promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é garantir aumentos reais do salário mínimo.
No entanto, durante a discussão da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de Transição, ficou acertado o valor de R$ 1.320. A impossibilidade de dar o aumento imediato, segundo Haddad, está ligado ao fato do número de aposentadorias concedidas nos últimos meses de 2022 ter sido maior que o esperado.
“Havia uma dotação orçamentária de R$ 6,8 bilhões para que o salário mínimo pudesse ser maior (R$ 1.320), mas esse recurso foi consumido pelo andar da fila do INSS. A partir do processo eleitoral, houve aceleração das concessões”, disse.
Haddad afirmou ainda que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, irá conversar com as centrais sindicais sobre o tema. No entanto, foi pedido ao Ministério da Previdência novos cálculos sobre os gastos com as novas aposentadorias.