Com uma alta de 0,8% em dezembro, as montadoras encerraram 2021 com uma produção de veículos (carros, caminhões e ônibus) 11,6% maior do que a registrada em 2020, ano de pandemia. O setor de automóveis registrou o pior mês de dezembro desde 2016, de acordo com a Anfavea.
Apesar disso, o desempenho da indústria automotiva, que foi fortemente prejudicada pela falta de componentes elétricos para a produção de carros, ainda está mais de 20% abaixo do patamar de 2019, no pré-pandemia.
Já os emplacamentos de veículos tiveram alta de apenas 3% em relação a 2020, enquanto as exportações saltaram 16%. Os dados foram divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta sexta-feira, dia 7.
O setor automotivo responde por 22% do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria e por 4% do PIB total, e sua cadeia produtiva emprega mais de 1 milhão de pessoas, segundo a Anfavea.
Os dados divulgados pela entidade ajudam a monitorar o desempenho da indústria brasileira.
Veja abaixo os dados detalhados.
Como se comportou a produção?
As montadoras produziram 210,9 mil veículos (carros, caminhões e ônibus) em dezembro, uma alta de 0,8% na comparação com o mesmo mês de 2020. Em relação a novembro, a alta foi de 2,5%.
No acumulado de 2021, a produção somou 2,248 milhões de unidades, uma alta de 11,6% em relação ao ano retrasado.
E os emplacamentos?
No mês passado, foram emplacados 207,1 mil veículos, um volume 19,7% mais alto do que o registrado em novembro, mas ainda uma queda importante, de 15,1%, em relação a dezembro de 2020.
No acumulado do ano, os emplacamentos somaram 2.058 milhões de unidades, alta de 3% na comparação com 2020.
Como estão as exportações?
As vendas de veículos para outros países somaram 41,8 mil unidades em dezembro, alta de 48,4% em relação a novembro e de 8,3% ante o mesmo mês de 2020.
No acumulado do ano, as exportações de veículos somaram 324,3 mil, crescendo 16% sobre 2020.
Por que a produção ainda apresenta queda tão forte em relação ao pré-pandemia?
A forte queda está relacionada com a falta global de semicondutores, um tipo de material capaz de conduzir correntes elétricas, e que são matéria-prima para a fabricação de chips usados em aparelhos eletrônicos e veículos.
Com a pandemia de coronavírus, houve uma redução global na produção desses componentes eletrônicos, o que vem afetando a indústria automobilística. A entidade já afirmou que essa oferta só será completamente normalizada em 2023.