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Pressionado por aumento da energia elétrica, IPCA registra inflação de 1,16% em setembro e de 10,25%, em 12 meses

Resultado ficou abaixo do esperado pelos economistas consultados pela Reuters, que projetavam alta mensal de 1,25% em setembro

Foto: Unsplash

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 1,16% em setembro frente a agosto, a maior para o mês desde 1994. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o índice acumula alta de 6,90% no ano e de 10,25%, em 12 meses. Em setembro de 2020, a variação mensal havia sido de 0,64%.

Apesar do avanço, o resultado ficou abaixo do esperado pelos economistas consultados pela Reuters, que projetavam alta de 1,25% em setembro.

Segundo o IBGE, oito dos nove grupos pesquisados subiram, com destaque para habitação (2,56%), que foi puxado pelo aumento de 6,47% na conta de energia elétrica.

Vale pontuar que, desde o mês passado, a energia ficou ainda mais cara com a inserção da bandeira tarifária “escassez hídrica”, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Em agosto, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, em que o acréscimo é menor, de R$ 9,49.

“Essa bandeira foi acionada por conta da crise hídrica. A falta de chuvas tem prejudicado os reservatórios das usinas hidrelétricas, que são a principal fonte de energia elétrica no país. Com isso, foi necessário acionar as termelétricas, que têm um custo maior de geração de energia. Assim, a energia elétrica teve de longe o maior impacto individual no índice no mês, com 0,31 ponto percentual, acumulando alta de 28,82% em 12 meses”, explica, em nota, o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

Além da energia, os preços do gás de botijão (3,91%) continuaram a subir em setembro.

Segundo Kislanov, o IBGE observou uma sequência de aumentos do GLP (gás liquefeito de petróleo) nas refinarias pela Petrobras, além dos reajustes aplicados pelas distribuidoras.

“Com isso, o preço para o consumidor final tem aumentado a cada mês. Já foram 16 altas consecutivas. Em 12 meses, o gás acumula aumentos de 34,67%”, ressalta o pesquisador.

O grupo dos transportes (1,82%) acelerou, mais uma vez, por conta dos combustíveis, que subiram 2,43%, influenciados pela gasolina (2,32%) e pelo etanol (3,79%).

Em 12 meses, a gasolina já aumentou 39,60% e o etanol, 64,77%. Também subiram em setembro o gás veicular (0,68%) e o óleo diesel (0,67%).

As passagens aéreas (28,19%) tiveram a maior alta entre os itens não alimentícios no mês, após queda de 10,69% em agosto, registrando o terceiro maior impacto individual no índice geral. Os preços dos transportes por aplicativo avançaram 9,18% em setembro, e já tinham subido 3,06% no mês anterior.

Em contrapartida, o grupo alimentação e bebidas (1,02%) apresentou leve desaceleração em relação a agosto (1,39%) por conta do recuo das carnes (-0,21%), o que levou a uma diminuição da alimentação no domicílio (1,19%), após a alta de 1,63% no mês anterior.

“Essa queda das carnes pode estar relacionada à redução das exportações para a China. No início do mês, houve casos do mal da vaca louca na produção brasileira. Com a suspensão das exportações, aumentou a oferta de carne no mercado interno, o que pode ter reduzido o preço”, explica Kislanov.

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