Mesmo após um discurso mais duro do Banco Central, que apontou que combaterá a inflação ainda que a consequência seja uma recessão, os analistas ouvidos pelo Boletim Focus ainda esperam um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,03% em 2022, acima do teto da meta para o ano (de 3,50%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo).
A pesquisa semanal foi divulgada pelo BC nesta segunda, dia 20.
Há uma semana, a mediana dos analistas projetava uma inflação de 5,02% no ano que vem. Ou seja, as expectativas tiveram uma leve piora. Os especialistas continuam esperando uma alta do PIB de 0,50% em 2022, mesma expansão esperada na pesquisa anterior.
Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a prioridade da instituição é combater a inflação, mesmo que isso leve a uma recessão da economia brasileira. As projeções para a taxa básica de juros (Selic) em dezembro do ano que vem foram mantidas em 11,50%, segundo a pesquisa Focus.
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A pesquisa mostra ainda que a mediana da estimativa dos consultados acredita que o PIB crescerá 4,58% neste ano, menos do que há uma semana, quando as apostas eram de uma expansão de 4,65%.
Para os especialistas, a inflação deste ano deverá ser de 10,04%, levemente abaixo dos 10,05% previstos na pesquisa anterior.
Já as projeções para o câmbio foram levemente elevadas neste ano e no próximo. Para 2021, a aposta é que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 5,60 (ante projeção anterior de R$ 5,59), e para 2022, em R$ 5,57 (ante R$ 5,55 da pesquisa anterior).