Mercado passa a prever Selic mais alta por mais tempo, segundo Focus

Estimativas de inflação aumentaram de 2021 a 2023, enquanto as de alta do PIB diminuíram

As instituições financeiras passaram a prever que a taxa básica de juros (Selic) levará mais tempo para diminuir, visto que a inflação também ficará alta por mais tempo, segundo a última edição do Boletim Focus, do Banco Central (BC).

As previsões para a Selic no fim deste ano e do próximo ficaram inalteradas em 9,25% e em 11,25% – sem alteração em relação à edição do boletim publicada na semana passada. No entanto, a estimativa para a taxa ao fim de 2023 subiu de 7,75% para 8,00%. Para 2024, a previsão é de Selic em 7,00%. A mudança na estimativa para os juros foi acompanhada de revisões para cima nas projeções para a inflação.

Além de elevarem a previsão de alta nos preços neste ano em 0,03 ponto porcentual (pp), para 10,18%, os especialistas também disseram esperar inflação ligeiramente acima do teto da meta em 2022 (5,02%, +0,02 pp) e elevaram a expectativa de inflação em 2023 de 3,42% para 3,50%.

Estas alterações vieram mesmo diante de uma redução nas previsões de crescimento da economia no intervalo deste ano até 2023 – ou seja, já descontando o efeito que esta expansão mais tímida na atividade terá sobre a alta dos preços.

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Como isso afeta seus investimentos

A combinação de expectativas de inflação e de juros mais altos por mais tempo deve servir de estímulo a ativos de renda fixa no curto prazo ou com valor ajustado por índices de preços. Também pode ter efeito negativo sobre o preço de ações, pois significa custos financeiros mais altos para as companhias e redução no poder aquisitivo dos consumidores.

Inflação mensal

Os especialistas consultados pelo BC também elevaram a previsão para a inflação de novembro, que será divulgada na sexta-feira, 10. A projeção é de alta de 1,07% nos preços, ante estimativa anterior de 1,03%. A taxa está quase duas vezes maior que a esperada há quatro semanas – de 0,60%.

Câmbio

A previsão para a taxa de câmbio também aumentou. As estimativas agora são de R$ 5,56 por dólar em 2021 (+R$ 0,06), R$ 5,55 em 2022 (+R$ 0,05) e R$ 5,40 em 2023 (+R$ 0,05).

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