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IPCA-15: Após duas deflações, indicador tem alta de 0,16% em outubro

No ano, o índice registra alta de 4,80%; nos últimos 12 meses, o avanço é de 6,85%

Foto: Shutterstock

Após duas deflações consecutivas, a prévia do IPCA teve alta de 0,16% em outubro, desempenho um pouco pior do que o esperado, que esperava crescimento de 0,08% no IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

O aumento vem após o IPCA-15 registrar duas quedas seguidas, de 0,73% em agosto e 0,37% em setembro, recuos impulsionados pelo corte do ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações, reduções na gasolina pela Petrobras e pela queda na cotação das commodities.

O recuo dos combustíveis ainda impactou o indicador deste mês ao registrar queda de 6,14%.

No ano, o IPCA-15 registra alta de 4,80%, e nos últimos 12 meses, o avanço é de 6,85%.

De acordo com o IBGE, apenas os grupos transportes, comunicação e artigos de residência registraram queda na prévia deste mês (caíram 0,64%, 0,42% e 0,35%, respectivamente.

“Como ocorreu no mês anterior, a queda em Transportes (-0,64%) está ligada à retração nos preços dos quatro combustíveis pesquisados: etanol (-9,47%), gasolina (-5,92%), óleo diesel (-3,52%) e gás veicular (-1,33%). O maior impacto negativo entre os subitens do IPCA-15 veio da gasolina (0,29 ponto percentual)”, apontou o órgão em nota.

As passagens aéreas subiram 28,17%, acelerando em relação a setembro, quando já haviam subido 8,20%.

“Também houve aumento em ônibus intermunicipal (0,42%), após os reajustes de 12,00% em Fortaleza (7,52%) e de 5,00% em Porto Alegre (2,39%), além das altas de emplacamento e licença (1,72%) e conserto de automóvel (0,64%), dois subitens de grande peso no grupo”, apontou o IBGE.

O aumento nos preços dos planos de saúde, de 1,44% na prévia de outubro, fez a categoria saúde e cuidados pessoais avançar 0,80% no mês, maior impacto positivo nos preços entre os principais grupos acompanhados pelo instituto.

“O aumento nos preços de itens de higiene pessoal (1,10%) também influenciou a alta no grupo”, apontou o órgão.

Os alimentos e bebidos avançaram 0,21% no período, com destaque para a alimentação no domicílio, com alta de 0,14%. Esse resultado foi impactado pela alta nos preços das frutas (4,61%), da batata-inglesa (20,11%), do tomate (6,25%) e da cebola (5,86%). “Já o leite longa vida (-9,91%), o óleo de soja (-3,71%) e as carnes (0,56%) tiveram redução nos preços”, apontou o IBGE.

O grupo habitação subiu 0,28%, com o aumento de 0,07% na energia elétrica.

Outro indicador de preços, o IGP-M, que mede também inflação no atacado, voltou a mostrar queda na parcial de outubro, puxado pela queda nas cotações de commodities, que recuam pela desaceleração da economia global.

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Apesar disso, esse movimento ainda não tem impacto sobre os preços ao consumidor. Analistas ouvidos semanalmente pelo Boletim Focus esperam um IPCA de 4,94% para 2023, ainda acima do teto da meta para o ano.

“O processo de desinflação apenas começou – e tende a ser lento em itens como serviços”, disse o Itaú Unibanco em relatório. “Adicionalmente, ainda há fontes importantes de incerteza, como preços de commodities, comportamento de ativos financeiros, condução da política fiscal e o nível de hiato da economia [que mede a diferença entre o potencial da economia e o crescimento de fato].”

 

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