Indicador oficial da variação de preços no Brasil, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou o ritmo de alta e avançou 0,54% em janeiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, dia 10, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em dezembro, o índice havia subido 0,73%.
O resultado veio em linha com o esperado por analistas de mercado, que apostavam em uma alta de 0,55%, segundo expectativa dos especialistas consultados pela Broadcast. O aumento é o maior para meses de janeiro desde 2016.
Segundo o IBGE, somente transportes – um dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados e que tem o maior peso no IPCA – teve queda de preços no mês passado. A queda foi de 0,11%, consequência da redução nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%).
Entre os outros oito grupos que tiveram aumento, o maior peso foi de alimentação e bebidas (+1,11%).
O que diz o IBGE
“Foi a alimentação no domicílio (+1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos nesse grupo, 0,04 p.p e 0,03 p.p, respectivamente”, explicou o analista André Filipe Almeida no material de divulgação do levantamento.
Por que esse dado é importante para o mercado?
O principal objetivo do Banco Central ao aumentar ou reduzir a taxa básica de juros da economia é controlar os preços, e a autoridade monetária olha principalmente para o IPCA, que é o índice oficial de inflação.
Atualmente, as projeções de analistas ouvidos semanalmente no Boletim Focus apontam para uma alta de 5,44% no indicador neste ano, bem acima da meta para 2022, que é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual (pp) para cima ou para baixo.
Para controlar os preços, o BC vem subindo rapidamente os juros desde março de 2021, e indicou, na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que continuará a elevar a taxa, ainda que em ritmo menor. Muitos analistas esperam que no final de 2022 a Selic estará acima de 12% ao ano. Hoje, está em 10,75% ao ano.