Impacto do reajuste de combustíveis sobre IPCA será de 0,14 ponto até julho, diz FGV

O impacto do reajuste na gasolina e no diesel anunciado nesta sexta-feira (17) pela Petrobras (PETR3, PETR4) será de 0,14 ponto percentual no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), aumento que será dividido entre junho e julho.

O cálculo é de André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV (Fundação Getúlio Vargas), que explica que o grande impacto direto é sobre a gasolina.

O combustível foi reajustado pela estatal em 5,2% aos distribuidores, e cerca de um terço desse aumento deve chegar na ponta, aos consumidores. Dessa forma, a gasolina deve subir cerca de 2% na ponta, na avaliação do especialista, pesando 0,14 ponto no IPCA.

Saiba mais:
Petrobras (PETR4) eleva preço da gasolina em 5,2% e do diesel em 14,2%, mas defasagem continua

Já o diesel, que teve alta de 14,2%, teria uma contribuição direta de somente 0,4 ponto na inflação até julho – a expectativa de Braz é que, nas bombas, o combustível aumente em média 5%. Ele explica que, no caso do diesel, o principal efeito é indireto.

“Minha expectativa para o IPCA de 2022 é de um aumento de 9,2%, já se considerando os efeitos diretos e indiretos do reajuste. Com aumentos do frete, por exemplo, há contágio na cadeia produtiva, que é repassado para os preços”, explica.

Ele lembra que o Congresso aprovou um projeto de lei limitando a cobrança de ICMS sobre combustíveis a 17%. Além disso, há uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece o ressarcimento aos Estados que zerarem a cobrança do imposto até o final de 2022.

“Se essas medidas forem em frente, a inflação de 2022 poderá ficar abaixo de 9%”, pondera.

Ainda mais barato que no exterior

A Petrobras aumentou os preços da gasolina e do óleo diesel mas, mesmo após os reajustes, os combustíveis continuarão mais baratos aqui do que no exterior, o que reduz o incentivo para que importadores tragam os produtos ao país.

Em comunicado, a estatal disse que o preço da gasolina, que havia sido ajustado pela última vez em 11 de março, subiu 5,2%, saindo de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro.

O preço do diesel, que havia subido pela última vez em 10 de maio, vai aumentar em 14,3%, de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. Esses valores são válidos a partir de amanhã para as vendas nas refinarias.