Apesar da alta da inadimplência, o volume de crédito saltou 14% em 2022, a R$ 5,3 trilhões, em um cenário de aumento da taxa básica de juros a 13,75% ao ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Banco Central
O crédito a empresas subiu 9,3% e o crédito às famílias 17,4% – nos dois casos, houve desaceleração em relação aos aumentos registrados em 2021, de 10,5% e 17,4%, respectivamente.
Quando se fala de crédito livre (ou seja, sem nenhum tipo de subsídio), a expansão foi de 9,9% para empresas e de 17% para famílias.
No caso das pessoas físicas, segundo o BC, o desempenho foi puxado por crédito pessoal e consignado para servidores públicos e aposentados, além de compra de veículos e cartão de crédito.
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Calote do cartão rotativo vai a 44,7%
No ano passado, a inadimplência acima de 90 dias para a carteira total de crédito atingiu 3% em dezembro, 0,7 ponto percentual acima do registrado em dezembro de 2021.
Quando se olha os calotes de pessoas físicas no crédito livre, esse percentual foi de 7,7%, bem acima dos 5% registrados em dezembro do ano retrasado.
A modalidade com maior calote foi o cartão de crédito rotativo, que alcançou 44,7% em dezembro, 9 pontos a mais do patamar de dezembro de 2021. A inadimplência do crédito pessoal também saltou com força, de 4,9% para 7,8% em um ano.
Juros sobem
Com o aumento da taxa Selic, os juros do crédito livre subiram de 33,8% ao ano, em dezembro de 2021, a 42% ao ano em dezembro.
No caso das pessoas físicas, o aumento foi de uma taxa média de 45% ao ano (no final do ano retrasado) para 55,8% ao ano no mês passado, segundo o BC.
A taxa cobrada no cartão de crédito rotativo voltou a ultrapassar os 400% ao ano em dezembro, atingindo 409,3% ao ano.