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Brasileiro gasta quase 200% a mais em viagens ao exterior, mas dólar alto impede volta ao pré-pandemia

Dados do BC mostram também que, até julho, investimento direto estrangeiro no Brasil alcançou US$ 52 bi, maior patamar desde 2012

Foto: Shutterstock

Com a reabertura da economia após a pandemia, os brasileiros gastaram quase 200% a mais em viagens ao exterior no acumulado do ano até julho. mostram dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira (26). As despesas com viagens internacionais somaram US$ 7 bilhões, valor 193% maior do que o registrado nos mesmos meses de 2021.

Apesar do empurrão de uma demanda reprimida por dois anos de restrições à circulação devido à Covid-19, os números apontam que o dólar alto é uma barreira importante no caminho de uma recuperação de fato do setor.

Em julho, nas primeiras férias do pós-pandemia, os gastos com viagens ao exterior somaram US$ 1 bilhão, alta de 132% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas queda de 44,7% na comparação com 2019. No acumulado entre janeiro e julho, a queda na comparação com os primeiros sete meses de 2019 é de 34,3%.

A dificuldade de retomada pode ser explicada pelo dólar alto, atualmente em torno de R$ 5,. Em julho de 2019, a moeda americana estava no patamar de R$ 3,80, enquanto que, no mês retrasado, chegou a ultrapassar os R$ 5,40.

Os dados do BC, que constam de documento sobre o setor externo referente ao mês retrasado, mostram ainda que os gastos dos estrangeiros com viagens ao Brasil somaram US$ 389 milhões em julho, aumento de 74,4%.

Ou seja, em viagens, se relacionados os gastos feitos no exterior e o realizado por estrangeiros por aqui, o país registrou déficit de US$ 661 milhões.

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A nota do setor externo apresenta o resultado das transações correntes do Brasil com o exterior, e dados da balança comercial (exportações e importações), troca de serviços com outros países (como viagens e serviços financeiros) e rendas (como remessas de juros e lucros e dividendos).

Déficit 89% maior

O Banco Central informou hoje também o resultado das das contas externas brasileiras de julho e os referentes a junho, que estavam atrasados por causa da greve dos servidores da instituição. No acumulado do ano, houve déficit de R$ 18,4 bilhões, um rombo 89% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Somente em julho, a conta ficou negativa em US$ 4,1 bilhões.

Esse cenário está relacionado com à piora na conta de serviços (com mais gastos de empresas e pessoas físicas no exterior) e de renda (aumento das remessas de lucros e dividendos ao exterior).

Investimento direto

Por outro lado, o investimento direto estrangeiro no Brasil alcançou US$ 52,63 bilhões entre janeiro e julho, o maior patamar desde 2012, o que evitou um déficit ainda maior nas contas do setor externo.

Em julho, o montante somou US$ 7,7 bilhões, aumento de 16,1% na comparação com o mesmo mês de 2021.

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