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Boletim Focus: Analistas voltam a subir projeções para o IPCA de 2023 e 2024

Especialistas consultados pela pesquisa esperam uma Selic maior, de 9,75%, no final do ano que vem

Foto: Shutterstock/rafastockbr

Analistas ouvidos pelo Boletim Focus voltaram a elevar as projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2023 e 2024, para 5,78% e 3,93%, respectivamente, ao mesmo tempo em que passaram a esperar uma Selic de 9,75% no final do ano que vem.

Na semana anterior, a expectativa era de uma inflação de 5,74% neste ano e de 3,90% no ano que vem. A mediana das projeções mostrava uma expectativa de 9,50% para a taxa básica em dezembro de 2024.

De acordo com dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira (6), a mediana dos especialistas espera agora que o PIB (Produto Interno Bruto) cresça 0,79% neste ano, um leve ajuste em relação à alta de 0,80% esperada na semana anterior.

As projeções para câmbio e Selic no final de 2023 foram mantidas em R$ 5,25 e 12,50%.

A expectativa para alta do PIB em 2024 se manteve em 1,50%, enquanto que a aposta para o câmbio também foi mantida em R$ 5,30.

 

Campos Neto x Lula

Amanhã, às 8h, o Banco Central publica a ata do encontro do comitê de política monetária da semana passada, onde o colegiado indicou que a taxa básica deve permanecer no patamar atual, de 13,75% ao ano, até 2024.

O documento será esquadrinhado pelos investidores, à procura de mais pistas sobre o posicionamento do comitê quanto aos riscos fiscais representados pelo novo governo.

O clima entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, anda cada vez mais tenso, com sinais de que Lula acredita que Campos Neto está excessivamente comprometido com o governo anterior, de Jair Bolsonaro.

Por outro lado, o comunicado do último Copom foi bastante duro, com o BC de olho na alta das expectativas de inflação.

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O que é a pesquisa Focus?

O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.

O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.

O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.

Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.

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