Boletim Focus: Analistas reduzem projeções para o IPCA de 2023 para 5,30%

Os analistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central no Boletim Focus voltaram a reduzir suas expectativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2023. Agora, as projeções são de uma alta de 5,30% (o aumento projetado na semana anterior, quando as expectativas caíram pela primeira vez, era de 5,33%).

As apostas para o IPCA de 2024 – horizonte que o BC passou a olhar desde a última reunião, em que os juros foram elevados para 13,75% ao ano – foram mantidas: a expectativa é de um aumento de 3,41%.

Para 2022, em meio à redução do ICMS de energia, combustíveis e telecomunicações e cortes de preços de gasolina e diesel pela Petrobras, as expectativas para o índice oficial de inflação voltaram a ser reduzidas, de 6,82% para 6,70%, segundo a pesquisa divulgada pelo BC nesta segunda (29).

Os especialistas ouvidos pelo levantamento voltaram a elevar suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2022, de uma alta de 2,02% na semana anterior para 2,10% nesta semana. Por outro lado, voltaram a reduzir suas apostas para o crescimento de 2023, de 0,39% para 0,37%.

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As expectativas para a taxa básica de juros, a Selic, foram mantidas tanto para o final deste ano (13,75%) quanto para o final do ano que vem (11%). Os analistas continuam a esperar, em média, um câmbio de R$ 5,20 tanto para 2022 quanto para 2023.

O que é a pesquisa Focus?

O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.

O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.

O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.

Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.