Analistas ouvidos semanalmente pelo Boletim Focus, do Banco Central, revisaram para cima a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2023, para 5,17% (na semana anterior, a expectativa era de 5,08%).
Os dados foram divulgados pelo BC nesta segunda (19). Para 2022, a expectativa é que o IPCA encerre o ano em 5,76% (contra 5,79%) do levantamento anterior. Em 2024, o índice oficial de inflação foi mantido em 3,50%, segundo a mediana do boletim.
O levantamento mostrou também que os especialistas esperam agora que a taxa básica (Selic) termine 2024 em 9%, e não mais em 8,50%. Ou seja, a expectativa é que, em um cenário de gastos maiores, o BC demore mais para reduzir os juros.
A expectativa para os juros terminais em 2023 foi mantida em 11,75% ao ano – a Selic encerrará 2022 em 13,75% ao ano.
Leia mais:
Ata do Copom: Incerteza fiscal é elevada e BC poderá voltar a subir juros se necessário
O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano foi mantido em 3,05%, e para 2022 foi elevado para 0,79% (contra expectativa anterior de 0,75%). Para 2024, a expectativa é que a economia cresça 1,67% (menos que a pesquisa anterior, quando a mediana dos especialistas apostava em alta de 1,70%).
O câmbio do final de 2022 foi mantido em R$ 5,25, e houve pequenos ajustes para 2023 (de R$ 5,25 para R$ 5,26) e 2024 (de R$ 5,24 para R$ 5,25).
O que é a pesquisa Focus?
O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.
O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.
O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.
Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.