Banco Mundial aumenta projeção e economia brasileira deve crescer 2,5% em 2022

A economia brasileira deve crescer 2,5% neste ano, ante uma projeção anterior de 1,5%, segundo novas estimativas divulgadas pelo Banco Mundial nesta terça-feira (4). Para 2023, a instituição manteve em 0,8% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

As estimativas divulgadas estão mais em linha com as previsões do governo. No fim de setembro, a secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia elevou de 2% para 2,7% a projeção de crescimento do PIB em 2022.

Para o próximo ano, porém, as projeções divergem. A proposta de Orçamento Geral da União prevê crescimento de 2,5%, enquanto as estimativas do Banco Mundial apontam expansão bem menor.

Essa divulgação antecede o encontro anual de outono (no Hemisfério Norte) do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, que vai acontecer entre os dias 10 e 16 de outubro, em Washington, nos Estados Unidos.

Segundo o relatório, os gastos sociais e os investimentos (obras públicas e compra de equipamentos) são elementos centrais para impulsionar o crescimento na América Latina no cenário pós-covid.

No entanto, o equilíbrio fiscal deve ser buscado. Os gastos extras devem ser financiados por meio de novos impostos, reforma tributária e medidas para melhorar a eficiência do gasto público.

De acordo com o Banco Mundial, 40% dos ajustes fiscais na América Latina foram feitos com base em corte de investimentos. Segundo o órgão, esse tipo de ajuste pode melhorar as contas públicas no curto prazo, mas tem efeitos nocivos no longo prazo.

O relatório mostra que 17% dos gastos públicos poderiam ser cortados em alguns países, decorrentes de transferências mal destinadas, compras ruins e políticas de recursos humanos ineficientes.

Região

Para a América Latina e o Caribe, o Banco Mundial aumentou a previsão de crescimento do PIB de 2,5% para 3%. Para 2023, no entanto, a estimativa foi reduzida de 1,9% para 1,6%. Apesar da melhora nas projeções para o Brasil, o país deverá crescer menor que a maioria dos países da região, com a exceção do México e do Chile, que devem encerrar o ano com crescimento inferior ao brasileiro.

O relatório da instituição mostra que o México e o Chile devem ter variações de 1,8% neste ano. Para 2023, o Banco Mundial prevê queda de 0,5% no PIB chileno e avanço de 1,5% no PIB mexicano.