Anfavea: produção de veículos em fevereiro é a menor em sete anos

A indústria automotiva encarou o seu pior fevereiro em sete anos. A produção de veículos no mês passado chegou a 161,2 mil unidades, uma queda de 2,9% na comparação com igual mês do ano passado. Esse é o menor número desde os 144,3 mil de fevereiro de 2016. Já em relação a janeiro, houve uma alta de 5,6% no número de unidades produzidas.

Demanda mais fraca devido às condições mais restritivas de crédito, menor número de dias úteis e a ainda escassez de semicondutores estão entre os fatores que explicam os números de fevereiro, segundo Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Durante fevereiro, três montadoras fizeram paralisações de suas produções.

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“Juntando essas três paralisações, foram mais ou menos 31 dias. O fantasma da falta de semicondutores ainda não nos abandonou, embora esteja mais branda (a falta) que no ano passado”, disse durante apresentação dos resultados do setor realizada nesta segunda-feira (6).

No bimestre, a produção total chegou a 313,8 mil veículos, uma alta de 0,8% em relação a igual período de 2022.

Leite reforçou, no entanto, que apesar da fraqueza da produção em fevereiro, o mês passado registrou um aumento no número diário de emplacamentos, que seria uma medida mais adequada para comparação dos meses com poucos dias úteis – fevereiro tem menos dias no calendário.

A média diária ficou em 7,2 mil unidades em fevereiro, alta de 2,85% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a janeiro, a alta foi de 10,8%.

Imposto sobre combustíveis

Leite se mostrou satisfeito com a reoneração do etanol em nível inferior ao da gasolina. No dia 1º de março, voltou a ser cobrada PIS/Cofins sobre os combustíveis. Os impostos estavam zerados desde meados do ano passado, quando o então presidente Jair Bolsonaro buscava medidas para estimular a sua popularidade.

O imposto sobre a gasolina está em R$ 0,47 por litro e o do etano, de R$ 0,02 por litro.

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“Nós temos um princípio que norteia o nosso direcionamento que é a descarbonização. Isso passa por uma frota nova, novos modelos, inspeção técnica veicular e também pelo etanol. Então é fundamental que o etanol seja competitivo e seja menos tributado que os combustíveis fósseis”, diz.

Veículos eletrificados

A Anfavea afirmou não ser contra o imposto zero para a importação de veículos elétricos – os veículos de combustão têm imposto de 35%. No entanto, Leite afirmou que é importante ter um limite ou uma regra de transição para que o Brasil possa atrair investimentos para que esse tipo de veículo seja produzido no Brasil.

“Estamos voltados para a atração de novos investimentos na produção local de veículos eletrificados, que vão desde a transformação local das nossas matérias primas em componentes, o desenvolvimento de fornecedores ligados a essa nova tecnologia”, diz.

As vendas de veículos eletrificados, incluindo híbridos, subiram 23,5% em fevereiro deste ano na comparação ao mesmo mês do ano passado, totalizando 8,8 mil. A expectativa da Anfavea é que sejam vendidos 70,5 mil desses veículos em 2023, o que daria um crescimento de 43% na comparação com 2022.