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Ações de setores defensivos, petróleo e financeiro são preferência da Itaú Asset para 2022

Gestora vê volatilidade no mercado de ações local por conta de eleições e tem preferido papéis menos expostos à economia brasileira

Em um cenário de taxa de juros em alta globalmente, menor crescimento e incerteza no cenário eleitoral no Brasil, a gestora Itaú Asset está focando em 2022 em empresas menos expostas à economia brasileira, como Rumo e Suzano, e em setores defensivos como serviços públicos (utilities) e saúde. A gestora ainda mantém uma visão positiva para petróleo em commodities.

Com a redução dos estímulos e expectativa de alta de juros nos Estados Unidos, os investidores terão que ser ainda mais seletivos na escolha dos ativos no mercado de renda variável. “O movimento de alta das bolsas já aconteceu e o Brasil não acompanhou”, diz Elmer Ferraz, gestor de fundos da Itaú Asset.

A Itaú Asset espera que a economia global cresça de 4% a 4,5% no ano que vem, embora a China deva apresentar uma desaceleração, crescendo entre 4% e 5%, em função das dificuldades no setor imobiliário.

Petróleo é preferência da Itaú Asset entre commodities

A Itaú Asset vê um cenário positivo para o petróleo no ano que vem, dado o desiquilíbrio entre oferta e demanda, com essa última devendo continuar elevada com a reabertura da economia.

Do lado da oferta, a produção continua restrita. O investimento foi baixo nos últimos anos em função da maior pressão dos investidores com a agenda ESG, com o mercado apresentando hoje um déficit de 2 milhões de barris diários. “A OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] está produzindo só um pouco abaixo da máxima histórica”, afirma Ferraz.

Entre as ações do setor de petróleo, ele tem preferido as empresas globais que não estão expostas a Brasil e que negociam com múltiplos baixos.

Às 12h30, o preço do barril de petróleo tipo Brent avançava 3,06%, cotado a US$ 71,35.

Ainda no setor de commodities, o gestor da Itaú Asset Luiz Ribeiro ainda destaca uma posição em cobre e níquel, que devem se beneficiar da mudança da matriz energética para fontes mais limpas de energia.

Setor financeiro deve se beneficiar de alta de juros nos EUA

O setor financeiro norte-americano é uma das preferências da gestora para ações nos EUA, uma vez que deve se beneficiar do cenário de alta de juros.

O presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou, em 30 de novembro, que o banco central americano pode acelerar a redução de compra de ativos e antecipar a alta de juros. “Mesmo com a normalização política monetária nos EUA, não esperamos uma subida muito alta de juros e o cenário continua positivo para ativos de risco”, diz  Ribeiro.

Empresas de setores defensivos são preferência na bolsa local

Dada as incertezas no cenário fiscal e político no Brasil, com as eleições de 2022 devendo trazer maior volatilidade para os mercados, a Itaú Asset tem buscado posições em empresas menos expostas à economia brasileira e de setores mais defensivos como serviços públicos (utilities) e de saúde.

Nesse sentido, Ferraz destaca o posicionamento dos fundos geridos pela área dele em empresas como Rumo, que se beneficia do aumento das exportações de grãos, e Suzano, exportadora de papel e celulose.

“Temos uma parte também em setores cíclicos, dado o quanto já realizou, mas estamos aumentando exposição de forma criteriosa”, diz Ferraz.

Com operação no mercado doméstico, Ferraz destaca a posição em ações da Ambev e Vibra Energia (ex-BR Distribuidora) . “São empresas com múltiplos baixos, forte geração de caixa e baixa alavancagem”, diz.

No mercado interno, a gestora também tem apostado em empresas com perfil mais defensivo como do setor de saúde, utilities e de maior qualidade e baixo endividamento. “Vemos boas oportunidades em empresas de planos de saúde verticalizadas, que não dependem muito do PIB, e são influenciadas por fatores estruturais como envelhecimento da população e busca por serviços de saúde privado”, diz Rodrigo Koch, gestor da Itaú Asset.

As ações brasileiras, segundo os gestores da Itaú Asset, já embutem um cenário muito negativo para Brasil nos preços e podem ter uma melhora com um possível avanço de um candidato da terceira via nas eleições para presidente em 2022. Mas um descontrole da inflação e incerteza com cenário eleitoral ainda são riscos para a bolsa brasileira.

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