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Rumo (RAIL3) vende controle da EPSA, mas ainda vai colher frutos da expansão esperada na empresa

EPSA pertence à Rumo, mas representa uma parcela pequena da receita obtida pela companhia

Jader Lazarini

Jader Lazarini

Foto: Michael Derrer Fuchs / Shutterstock.com

A Rumo (RAIL3) fechou um acordo para vender 80% da Elevações Portuárias (EPSA) para a Corredor Logística e
Infraestrutura (CLI) por R$ 1,4 bilhão.

A EPSA opera e controla os terminais T16 e T19 no Porto de Santos (SP) e, segundo a Rumo, os atuais contratos vigentes com clientes serão preservados mesmo após a venda.

Os maiores clientes da Rumo no setor de elevação portuária incluem Raízen, Sucden, Engelhart, COFCO, Czarnikow e Louis Dreyfus.

Segundo a Rumo, a venda da fatia na EPSA é voltada à formação de parcerias de longo prazo e de foco na logística ferroviária e na execução dos projetos estratégicos de expansão.

Apesar dos grandes clientes, os resultados das operações de elevações portuárias da Rumo são pouco relevantes para a companhia do ponto de vista de receita.

No primeiro trimestre de 2022, por exemplo, estes serviços renderam R$ 90 milhões à companhia — o que representa uma fração de menos de 5% da receita operacional do período, de R$ 2,2 bilhões.

Histórico de crescimento da receita líquida da Rumo

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

Vale ressaltar, entretanto, que, assim como os demais negócios da empresa, refere-se a uma atividade em expansão. Na comparação anual, em relação com o primeiro trimestre do ano passado, a receita das elevações portuárias cresceu 21%.

Parceria amplia potenciais ganhos da Rumo em grãos

A Rumo terá participação de 20% na EPSA após a venda. Ao ficar minoritária em mais um negócio, a companhia volta suas atenções para a atividade ferroviária, seu core business.

No próprio Porto de Santos, a Rumo tem ganhado participação de mercado na exportação de grãos.

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No primeiro trimestre deste ano, o mercado de grãos via Santos avançou 28,1% com a antecipação da safra de soja. Nas exportações para o Porto de Santos, o aumento foi ainda maior, de 50,7%, com a maior participação no Mato Grosso.

A companhia do grupo Cosan (CSAN3) permanecerá atuando em amplas frentes de Santos, mas agora mais capitalizada – sanando necessidades de curto prazo.

Nos custos da empresa, a linha variável cresceu 54,1% em 12 meses por causa da inflação nos maiores volumes transportados e em combustível. Nos custos fixos e despesas gerais e administrativas, a alta foi de 3,4% – bem abaixo da inflação no período.

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Segundo o Estadão, o contrato de alienação da participação à CLI prevê investimentos de R$ 600 milhões nos próximos anos, acompanhando as obrigações da concessão. É estimado que a injeção de recursos eleve em mais de 20% o volume de grãos movimentado no médio prazo.

Em comunicado, a Rumo disse que a CLI receberá um aporte do fundo australiano Macquarie Infrastructure Partners para viabilizar a operação. O fundo passará a compartilhar o controle da CLI com o fundo IG4 Capital Investimentos.

A venda da fatia da Rumo na EPSA ainda está sujeita a determinadas condições, entre elas a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

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